São portugueses os 16 treinadores que se vão sentar nos bancos da Liga de futebol, no arranque do novo campeonato, acentuando-se a tendência recente de que, também aqui, «o que é nacional é bom».
Pela segunda vez nos últimos três anos, só há treinadores portugueses nas equipas que vão disputar o campeonato, repetindo-se o quadro de 2009/2010, o primeiro ano só com técnicos principais lusos, desde que a prova é organizada pela Liga de Clubes.
Em 1999/2000, quando a Liga tomou conta da organização do campeonato, começaram dois estrangeiros no banco - o alemão Jupp Heynckes, no Benfica, e o italiano Giuseppe Materazzi, no Sporting – e, até há duas épocas, o total foi variando entre um e quatro não portugueses, nos treinadores.
Esses números contrastam com os das décadas anteriores, em que o recurso a um estrangeiro, sobretudo nos clubes financeiramente mais fortes, era trivial.
No regresso aos trabalhos, FC Porto e Benfica repetem os seus treinadores que tão bem sucedidos foram nos dois últimos anos, André Villas-Boas e Jorge Jesus.
Não faltam diferenças entre o campeão do ano passado e o de 2009/2010, o mais novo e o mais velho dos técnicos para a nova época.
Villas-Boas é o mais novo, com 33 anos, e vai apenas para a terceira época como treinador principal, depois de um ano na Académica e a consagração total no Dragão, na época em que «fez esquecer» Mourinho.
Jesus, 56 anos, é o mais velho e tem uma carreira feita a pulso, em mais de 20 anos. No Benfica, onde começou a ganhar, para depois viver uma época frustrante, vai para o terceiro campeonato.
Quanto ao Sporting, mantém-se fiel ao que fez nos últimos tempos e aposta num treinador português, e jovem.
Desde o romeno Laszlo Boloni (saiu em 2003) que o Sporting só é orientado por portugueses - Fernando Santos, José Peseiro, Paulo Bento, Carlos Carvalhal, Paulo Sérgio, José Couceiro.
O homem que se segue é Domingos Paciência. Entra em Alvalade em alta, depois de ter levado o Sporting de Braga ao segundo lugar e, depois, à final da Liga Europa. Antes disso, tem no currículo uma boa época na União de Leiria e duas na Académica.
A "briosa", que nunca teve treinadores estrangeiros na Liga e foi o "laboratório" para Domingos e Villas-Boas, vira-se agora para Pedro Emanuel, uma estreia após ser adjunto no FC Porto.
O padrão treinadores ex-jogadores de algum sucesso está também presente no Beira-Mar (Rui Bento), Marítimo (Pedro Martins) e Gil Vicente (Paulo Alves, na sua sexta época no clube).
No plano oposto estão os "dinossauros" Carlos Brito, sempre no Rio Ave desde 1996/1997, excepto quatro épocas, e Manuel Machado, o treinador vimaranense, que rivaliza com Jesus em longevidade.
O Nacional aposta em Ivo Vieira, um treinador feito «na casa». Continua no Olhanense Daúto Faquirá, no Paços de Ferreira Rui Vitória e na União de Leiria Pedro Caixinha, depois de uma época bastante segura.
O substituto de Domingos no Sporting de Braga é Leonardo Jardim, que vem do Beira-Mar, e o Vitória de Setúbal confirma o seu ex-jogador Bruno Ribeiro.
O Feirense - um dos promovidos, a par do Gil Vicente - dá deu um voto de confiança ao técnico da subida, Quim Machado.
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