Já sobram poucas dúvidas: Bruno Lage vai mesmo ser o sucessor de Roger Schmidt no Benfica. De acordo com a imprensa nacional, a noite desta quarta-feira terá sido decisiva no acerto de vários detalhes entre Rui Costa e o técnico de Setúbal.
A apresentação, essa, está prevista que aconteça já esta quinta-feira, tal como o presidente das águias tinha prometido no passado sábado, já a pensar no regresso aos trabalhos da equipa previsto para sexta-feira.
Na mesa de negociações terá ficado fechado um contrato de dois anos, mas sobretudo alinhavadas as linhas mestras do futuro do Benfica - a curto e a médio prazo - deixando Rui Costa evidentes as prioridades para o clube encarnado.
A aposta na formação, por exemplo, não será um obstáculo, muito pelo contrário, uma vez que Bruno Lage terá sido um dos principais impulsionadores dessa estratégia, fruto dos vários anos ligados à formação do Benfica - 2004 a 2011 - e, mais tarde, como responsável da equipa B, antes mesmo de ingressar naquele que seria o seu primeiro grande desafio profissional.
De acordo com o jornal 'O Jogo', o novo comando técnico será composto pela mesma equipa que liderou o Botafogo, naquela que foi a última experiência profissional do técnico de 48 anos. Luís Nascimento (o seu irmão), Alexandre Silva e Carlos Cachada são os adjuntos, Jhony Conceição e Diogo Camacho os analistas. Fernando Ferreira continuará a treinar os guarda-redes.
O desafio de Lage é enorme, sobretudo do ponto vista mental. Tal como em janeiro de 2019, quando tomou as rédeas de um Benfica em ebulição após a saída de Rui Vitória, o técnico irá encontrar uma nação benfiquista pouco paciente para mais tropeções. O balão encheu em demasia nos últimos tempos de Schmidt, pelo que resultados e exibições que não correspondam às expetativas serão julgadas precocemente e sem piedade.
Na altura, recorde-se, a missão correu-lhe na perfeição. Em 19 jogos, 18 vitórias e 1 empate, trajeto que permitiu ao Benfica passar do 4.º para o 1.º lugar, onde terminou o campeonato, recuperando de 7 pontos de desvantagem para o FC Porto.
Seis meses dourados que fizeram ricochete logo na época seguinte, quando foi Lage a perder sete pontos de vantagem para os dragões, que venceriam a prova. À 19.ª jornada e sob um clima de absoluta tensão, o técnico apresentou a demissão, dando espaço ao regresso de Jorge Jesus à Luz.
Agora terá menos diferença pontual - o líder Sporting está a cinco pontos - e muito mais tempo para recuperar. Um dado positivo, mas que não retira pressão à íngreme montanha que terá de escalar. Os resultados terão de aparecer rápido e, tão ou mais importante, a equipa terá de jogar um futebol que cative os adeptos. Só assim a locomotiva encarnada terá o combustível necessário para se mover confiante e sem fantasmas, sendo certo que contará e dependerá sempre muito do apetite dos adeptos nas bancadas. Há por isso que servi-los bem e a tempo e horas. E com uma sobremesa no final.
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