O presidente e deputado único do Chega, André Ventura, considerou hoje que cabe a Luís Filipe Vieira ajuizar se tem condições para continuar à frente da direção do Sport Lisboa e Benfica após ter sido acusado na Operação Lex.
"É um juízo que ele tem de fazer. Eu disse que, na minha opinião, se ele for condenado, terá de sair do Benfica. Não vou agora fazer juízos sobre as condições para continuar [agora que está acusado]", declarou André Ventura, em resposta à comunicação social, na sede do Chega, em Lisboa.
A propósito da acusação deduzida pelo Ministério Público, hoje divulgada, o presidente do Chega destacou o envolvimento de vários magistrados judiciais neste caso, observando: "Hoje é um dia triste para a justiça, porque temos juízes e membros destacados da justiça em tribunais superiores que são acusados de crimes que desonram a justiça".
"Hoje os portugueses têm razões para desconfiar mais da justiça, e isso é negativo", acrescentou, defendendo que é preciso "aumentar o tipo de controlo" e "de prevenção da corrupção, do branqueamento de capitais e da fraude" em Portugal.
André Ventura referiu que é do conhecimento público que é "adepto do Benfica" e "amigo de Luís Filipe Vieira" e não quis alongar-se mais neste assunto com a justificação de que está em curso um processo eleitoral neste clube em que optou por não participar.
"Não quero de todo participar nesse processo. Eu coloquei-me voluntariamente fora desse processo, porque entendi que devo separar a política do futebol. O primeiro-ministro entendeu o contrário. E, portanto, não vou estar aqui agora a falar mais sobre isso", afirmou.
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, foi hoje acusado na operação Lex de um crime de recebimento indevido de vantagem que, nos termos do Código Penal, é punido com pena de prisão de até três anos ou multa de até 360 dias.
No total, dezassete arguidos da operação Lex, que envolve, entre outros, os juízes Rui Rangel, Fátima Galante e Vaz das Neves, foram acusados de crimes como corrupção, abuso de poder, usurpação de funções, fraude fiscal e branqueamento.
No sábado foi noticiado pelo semanário Expresso que o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, integravam a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, o que causou polémica.
Na quinta-feira, o atual presidente do Benfica, há mais de uma década à frente do clube, que se recandidata ao cargo nas eleições de outubro, comunicou que tinha tomado a iniciativa de retirar dessa lista todos os titulares de cargos públicos.
Numa nota à comunicação social, Vieira manifestou-se "de consciência tranquila" e disse que, "se for condenado, no futuro, em algum dos processos de que nestes dias tanto se fala", deixará a presidência do Sport Lisboa e Benfica.
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