Na semana em que arranca a I Liga de futebol, o Paços de Ferreira mantém 30 elementos no plantel e ainda não divulgou as dispensas, numa época de várias estreias e em que a permanência figura como objetivo.

Após o sétimo lugar em 2015/16, a um ponto da participação nas competições europeias, a direção pacense recorreu a um filho da terra para liderar a equipa, recaindo a escolha em Carlos Pinto, de 43 anos, um estreante na I Liga.

Da sua ainda curta experiência no ‘banco' ressalta uma ideia de jogo que se aproxima daquilo que os pacenses se habituaram desde os tempos de José Mota, assente num futebol apoiado, dinâmico e agradável à vista, com envolvimento de um grande número de jogadores no processo de construção.

A aposta de (algum) risco dilui-se na tradição do clube em escolher e dar a conhecer técnicos jovens, como Paulo Fonseca, atualmente no Shakhtar Donetsk, ou mesmo Jorge Simão, na época passada, num ano em que o jogo direto rompeu com o futebol de posse e mais trabalhado.

O defesa esquerdo Hélder Lopes e os avançados Bruno Moreira e Diogo Jota foram as figuras na época passada e garantiram um contrato no estrangeiro, com destaque para a contratação de Jota pelo Atlético de Madrid (a transferência ultrapassou os sete milhões de euros, mas o Paços recebeu menos de metade), sendo estas as saídas mais difíceis de compensar.

O ‘4-4-2’ preferido por Carlos Pinto por comparação ao ‘4-3-3’ assumido por Jorge Simão tem como principal desafio disfarçar a dependência da equipa daquela dupla de avançados, responsável em 2015/16 por mais de metade dos golos conseguidos no campeonato (26 em 43).

Apesar da reaproximação ao FC Porto, de quem os pacenses receberam por empréstimo Leandro Silva, Ivo Rodrigues e Gleison, contrastando com o relacionamento privilegiado de anos anteriores com o Benfica, a verdade é que a figura da pré-temporada dá pelo nome de Pedrinho.

Este médio, de 23 anos, forte pela intensidade de jogo e capacidade de alinhar sem perda de qualidade em qualquer posição na zona intermediária, motivou inclusive o corte de relações institucionais promovido pelo clube vizinho e rival Freamunde, da II Liga, em que alinhava.

Pedrinho é um dos 13 reforços do Paços para 2016/17, numa lista recheada de estreantes, que tem em Rabiola, ex-Académica, o mais experimentado na I Liga, com pouco mais de 100 jogos disputados.

Aos atuais 30 jogadores do plantel deverá juntar-se mais um médio, para compensar a prolongada ausência de Romeu, com uma recidiva recente na lesão (muscular) que o mantém fora dos relvados desde final de janeiro, embora a lista final deva ser encurtada.

Com 2,5 milhões de euros de orçamento, de acordo com a direção, o Paços tem como principal desafio realizar uma época tranquila, garantindo a permanência o mais cedo possível, sem deixar de ‘espreitar' uma oportunidade de se intrometer na luta por uma vaga europeia.