À margem da apresentação do seu livro "Árbitro de Bancada", numa livraria em Lisboa, Pedro Henriques considera que as críticas à arbitragem da parte dos clubes são uma forma de “cair no goto” dos adeptos e que esta época se adivinhava quente devido à troca de treinadores e jogadores entre os três grandes e que muitas vezes os dirigentes e os treinadores têm falta de honestidade intelectual.
"Eu acho que as críticas que são feitas são muitas vezes para não visar os erros dos árbitros, é comunicação interna para os clubes mostrarem que estão atentos e é muitas vezes para atacar ou criticar o rival. Aquilo muitas vezes que eu vejo é que há críticas que são fundamentadas e reais, mas há outras vezes em que só conseguem olhar para o erro que os prejudicou, o que incomoda, e chamo a isso falta de honestidade intelectual e sabemos que nesse contexto esta época desportiva seria complicada, com algumas transferências que houve entre jogadores e treinadores entre rivais, o que é muito normal, sabíamos que isso iria acontecer", afirmou o ex-árbitro.
Questionado sobre se os árbitros podem ser condicionados pelas declarações dos dirigentes, Pedro Henriques diz que as críticas só influenciam negativamente o subconsciente do árbitro na direção de quem as proferiu.
"Não, eu nunca em 20 anos de arbitragem fui alguma vez condicionado por uma crítica ou por um comentário ou por um jornal vir dizer que eu era bom ou menos, nem pela positiva, nem pela negativa. É mais fácil influenciar alguém pela positiva, quando elogio, quando trato bem, quando recebo bem, porque ao contrário no subconsciente, o árbitro está enervado com algo que aconteceu e na dúvida se calhar vai prejudicar mais quem o criticou. Deve-se criticar sim, mas construtivamente, mas as pessoas acham que é esse tipo de condicionamento que resulta no erro a favor ou contra”, finalizou.
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