O treinador do Marítimo, Pedro Martins pediu hoje «celeridade» na resolução do denominado "caso Cardinal", defendendo a "abertura de um inquérito" por parte da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Recusando-se a fazer juízos de valor, e apesar de duvidar dessa possibilidade, o técnico salientou a necessidade de existir uma resolução do processo antes da final da Taça de Portugal, agendada para 20 de maio.

«Espero que a justiça seja célere, mas não quero fazer juízos de valor. Na minha opinião, a FPF devia ter aberto um inquérito, a par do Ministério Público», afirmou Pedro Martins, em conferência de imprensa.

Fonte ligada ao processo disse hoje à Lusa que o Conselho de Disciplina da FPF abriu, por iniciativa própria, um processo de averiguações ao caso a 16 de abril.

«Tenho dúvidas que até à final da Taça de Portugal fique resolvido», referiu Pedro Martins, acrescentando ignorar «o que está por trás de tudo isto».

Na base da investigação está uma denúncia feita pelo Sporting à FPF, na sequência de uma alegada informação anónima segundo a qual alguém na Madeira tinha depositado dois mil euros em dinheiro na conta bancária do árbitro auxiliar José Cardinal, e que levou a federação a apresentar queixa às autoridades.

Segundo uma fonte da investigação, o depósito terá sido feito por uma pessoa que está ligada profissionalmente ao vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão e terá, alegadamente, atuado para impedir que o árbitro auxiliar fizesse parte da equipa de arbitragem no encontro da Taça com os insulares.

Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspetor da PJ, e outras duas pessoas foram constituídos arguidos, no âmbito de uma investigação por denúncia caluniosa qualificada.