O presidente da Liga de Clubes assumiu esta quarta-feira numa entrevista ao jornal Record que algo tem de ser feito em relação à política de comunicação dos clubes havendo o sério da fuga de patrocinadores à medida que os decibéis comunicação aumentam.

"Nos últimos dois anos e meio fizemos alterações regulamentares fortes, tentámos legislar até em excesso questões disciplinares, a ponto de o poder arbitral dizer que algumas das normas violavam o direito de expressão. Não nos conformando, vamos continuar a trilhar o nosso caminho, pois temos de baixar definitivamente os decibéis comunicacionais, sob pena de amanhã não termos patrocinadores a acompanhar-nos", começou por dizer Pedro Proença em entrevista ao referido jornal desportivo.

Para Pedro Proença, o atual clima de conflitualidade no futebol português está diretamente relacionado com as políticas de comunicação agressivas de certos clubes, uma vez que, "os três grandes devem ter um sentido de responsabilidade superior, porque mobilizam as massas", e admitiu que o surgimento da figura do diretor de comunicação tem contribuído para o aumento do ruído.

"Percebemos a mudança de paradigma que houve nos últimos anos e como se alterou a forma de comunicação dos clubes. Passaram a ter canais que fizeram emergir estas figuras dos diretores de comunicação que não têm a nossa preocupação – quando digo nossa refiro-me à Liga – e não contribuem para aquilo que nos interessa: a alavancagem do futebol profissional em Portugal e do seu modelo de negócio. Os diretores de comunicação não podem ser contratados pelos clubes para serem corrosivos. E não falo se é do Benfica, FC Porto ou Sporting. Não pode ser!", frisou Pedro Proença.

Já em relação à implementação do vídeo-árbitro no futebol português, Pedro Proença admite que foi um sucesso apesar de reconhecer a necessidade de realizar alguns ajustes na sequência de várias polémicas nos últimos meses.

"Não foi um erro. Chegar à 21ª jornada e ter 35 situações revertidas, já valeu a pena o investimento. O que isto significaria é que nós teríamos 35 erros grosseiros, que não iriam ser corrigidos se nós não tivéssemos vídeo-árbitro, mais todos aqueles que aconteceram. Portanto, é fácil perceber que para as competições profissionais foi uma mais-valia ter vídeo-arbitragem. Como todos os processos novos, há aqui uma grande margem para poder melhorar. É evidente que os árbitros precisarão de mais formação. É evidente que as pessoas terão de perceber melhor o protocolo. O próprio protocolo precisará, claramente também, de ser modificado. As pessoas querem que o vídeo-árbitro cubra mais situações", acrescentou sobre o tema Pedro Proença.