O ex-dirigente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão (PPC) apresenta na quinta-feira o livro “444 Dias – É fraqueza entre ovelhas ser leão”, no qual relata situaçõres que desencadearam alguns dos casos mais mediáticos do futebol português.
Entre eles, aborda o caso Cardinal, do árbitro assistente em cuja conta foram depositados dois mil euros, alegadamente com a intenção de o incriminar por corrupção, estando PPC acusado do crime de denúncia caluniosa por, segundo a acusação, ser o mandante desta ação.
«Nunca acreditei que alguém com um mínimo de inteligência acreditasse que eu tivesse voluntariamente a ver com uma cena amadora daquelas, em que uma pessoa que era facilmente ligada a mim teria feito o que fez a meu mando», escreve o ex-vice presidente dos "leões", para quem essa hipótese «seria viável se estivesse senil» ou se não soubesse que «os bancos e aeroportos têm sistemas de vigilância e gravação de imagens».
PPC descreve os passos de Rui Martins, funcionário da Businlog, empresa que geria, que antecederam a sua ida ao Funchal para depositar o dinheiro na conta do árbitro assistente José Cardinal, e revela uma conversa com o dito funcionário no qual o questiona sobre os motivos que o levaram a fazer o que fez e o recrimina em termos duros.
De resto, o ex-vice presidente "leonino" não poupa a atuação da Polícia Judiciária (PJ), a cujos quadros pertenceu entre 1990 e 2006, no caso Cardinal, e chega a revelar que da Comissão de Honra de candidatura do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, faziam parte funcionários daquela polícia, «uns já reformados e outros no ativo».
Questiona mesmo se alguém acredita que, se algum desses funcionários da PJ tivesse que investigar criminalmente o presidente que apoiou, o «faria de forma desprendida e desinteressada, como aconteceria a outra qualquer pessoa», dando ele próprio a resposta com um «claro que não».
Um dos visados pelo ex-vice presidente dos "leões" é o médico Eduardo Barroso, que desempenhou funções como presidente da Assembleia-Geral, de quem conta um episódio ocorrido na deslocação do Sporting a Bilbau, para defrontar o Athletic na meia-final da Liga Europa 2012/13.
Segundo PPC, durante o almoço entre as direções, Eduardo Barroso, a meio de uma breve convívio entre os presentes, virou-se para o presidente do clube espanhol e atirou em “espanholês”: «Vosotro sabe quien es la persona mas importante en el Sporting?» Perante a negativa do dirigente basco, Barroso explicou: «Soy yo. Por ixiemplo, yo puedo demitir este hombre aqui (apontando para Godinho Lopes)».
Acusa ainda Eduardo Barroso de «ganhar milhares de euros por mês à conta do Sporting», na qualidade de comentador, e de ter dito um dia num programa desportivo que tinha medo de PPC.
«De facto, só tem de ter medo das suas mãos trémulas quando seguram um copo de uísque, como na final da Taça, em que o partiu, ou quando se atreve a operar. Luís Aguiar que o diga», pode ler-se, numa alusão ao jogador uruguaio contratado pelo Sporting.
Luís Aguiar foi sujeito a uma intervenção cirúrgica a uma pubalgia por Eduardo Barroso e acusou-o de negligência médica por tê-lo «operado a algo que não era para operar», razão pela qual, segundo revelou o ex-dirigente Luís Duque em recente entrevista, teve de sair do Sporting, porque «queria sovar o presidente da Assembleia-Geral».
Paulo Pereira Cristóvão aceitou integrar em 2011 a lista encabeçada por Godinho Lopes à presidência do Sporting, tendo sido eleito em março desse ano como vice-presidente, com os pelouros do património, infraestruturas, operações, segurança e grupos organizados. Demitiu-se dessas funções em 12 de junho de 2012.
Em 2009, tinha sido candidato à presidência do clube, contra José Eduardo Bettencourt, que venceu a eleição com larga maioria.

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