A inatividade do Boavista, impedido pela FIFA de inscrever novos futebolistas, na reta final do mercado nacional foi hoje enaltecida pelo treinador ‘axadrezado’, Petit, na véspera da visita ao Estoril Praia, para a quarta ronda da I Liga.

“Fico satisfeito por ter continuidade com estes jogadores, que já me conhecem, sabem o nosso processo de treino e de jogo e estão cientes daquilo que se pretende dia após dia. O mercado fechou aqui, mas ainda está aberto em outros campeonatos. O nosso foco é trabalhar os nossos atletas e dar boas respostas nos jogos. Depois, se eles vão ou não [embora], isso já não me diz respeito”, observou o técnico, em conferência de imprensa.

Pedro Malheiro, Chidozie, Bruno Onyemaechi, Sebastián Pérez e Gaius Makouta foram nomes apontados à saída do clube do Bessa nas últimas semanas, mas continuam sob orientação de Petit, que tinha perdido cinco titulares logo após o final da época anterior.

“Alívio pelo encerramento do mercado? Estamos sempre preparados. Este plantel reúne vários jogadores e uma estrutura que transitaram de 2022/23, juntamente com bastante juventude. Disse sempre que íamos ter dificuldades ao longo do campeonato, porque as equipas têm oscilações. Por agora, estamos num bom momento. Fico satisfeito por eles continuarem a servir o Boavista, que é um clube com grande história e tradição”, vincou.

Apesar das limitações, o Boavista é uma das cinco equipas que ainda não perderam na I Liga e acompanha o Gil Vicente entre os ataques mais produtivos, ambos com oito golos marcados em três jogos, levando o técnico a admitir um crescimento pessoal constante.

“É claro que, por vezes, sentia-me um pouco frustrado [pelos reparos sobre um eventual estilo de jogo defensivo das suas equipas], mas isso faz parte. Na época passada, fomos o quinto ataque mais concretizador, ficámos numa posição confortável e valorizámos os ativos do clube. Por isso, deixo para as pessoas analisarem. A minha responsabilidade é evoluir os jogadores individualmente para que o coletivo seja mais forte. Depois, o mais importante é que eles digam bem de mim”, reconheceu, entre alguns sorrisos à mistura.

Os ‘axadrezados’ cederam os primeiros pontos na última ronda, ao empatarem em casa com o Casa Pia (1-1), após terem vencido o campeão nacional Benfica (3-2) no Bessa e goleado na visita ao Portimonense (4-1), num arranque semelhante ao da última época.

“Tentámos corrigir esta semana um pouco da primeira parte com o Casa Pia e dar mais consistência ao segundo tempo, acertando um ou outro detalhe, pois não estávamos tão ligados entre setores e na pressão. O Estoril Praia é uma equipa com muita qualidade e tem atletas com capacidade de desequilíbrio. O oponente tem sido competente em casa, mas vamos com a mesma ambição de lutar pelos três pontos e sair com a vitória”, disse.

Petit valorizou ainda o regresso progressivo aos relvados do médio Miguel Reisinho, que debelou duas lesões ligamentares seguidas no joelho esquerdo e foi titular ao lado dos influentes Sebastián Pérez e Makouta nos quatro jogos oficiais do Boavista em 2023/24.

“Uma coisa é o treino, outra é a competição e o jogo é que dá andamento. Para quem já esteve dois anos parado, ainda precisa de mais jogos e treinos para ser mais constante nos 90 minutos. É um miúdo de qualidade, que tem um pé esquerdo diferente”, concluiu.

O Boavista, quarto classificado, com sete pontos, visita o Estoril Praia, 13.º, com três, no domingo, a partir das 15:30, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, em desafio da quarta jornada da I Liga, sob arbitragem de Cláudio Pereira, da associação de Aveiro.