O treinador Petit garantiu hoje que o Boavista está precavido para as dinâmicas reveladas pelo Benfica no segundo tempo da Supertaça Cândido de Oliveira, na véspera da receção aos ‘encarnados’, da primeira ronda da I Liga de futebol.

“Estou mais preparado para o Benfica da segunda parte, com a entrada do [Petar] Musa como referência na frente. Estamos preparados para esse Benfica, que tem uma ou outra nuance [diferente] da época passada para esta. João Neves e Orkun Kökçü têm feito um duplo pivô no meio-campo, o Ángel Di María vem muito do corredor [direito] para dentro, existe a dúvida sobre se joga Fredrik Aursnes ou João Mário [na esquerda] e, depois, há Rafa e Musa na frente. Trabalhámos muito sobre estas ideias da equipa adversária, mas olhando para aquilo que podemos fazer”, referiu o técnico, em conferência de imprensa.

Os campeões nacionais arrebataram a Supertaça pela nona vez, ao baterem o FC Porto (2-0), detentor da Taça de Portugal, na quarta-feira, em Aveiro, beneficiando dos golos marcados pelo argentino Di María e pelo suplente croata Musa na etapa complementar.

“O Benfica vem moralizado, mas trabalharemos para podermos lograr um bom resultado perante os nossos adeptos. Vai ser uma partida extremamente difícil, contra uma equipa competente, com bons processos e ótimos jogadores, mas, sem fugirmos muito à nossa base da época passada, temos de estar preparados para entrar bem na prova”, indicou.

O Boavista volta a competir oficialmente três semanas depois da ‘queda’ na primeira fase da Taça da Liga, ao perder na receção à União de Leiria, recém-promovida à II Liga, no desempate por grandes penalidades (4-5), após um empate 0-0 no final dos 90 minutos.

Com os ‘axadrezados’ impossibilitados pela FIFA de inscreverem novos jogadores, Petit reconhece ser “normal que essas notícias possam abalar um pouco” o plantel, que reúne atualmente 31 futebolistas, 15 dos quais lançados a partir das camadas jovens do clube.

“Só podemos controlar aquilo que podemos fazer, que é o nosso trabalho. Os jogadores têm sido excecionais durante estas cinco ou seis semanas em que temos estado juntos, porque se têm aplicado no dia a dia. Eles sabem da realidade [financeira], mas tentamos com que melhorem todos os dias para serem mais fortes. Cabe-nos continuar o processo de treino para entrarmos bem e darmos uma boa resposta na primeira jornada”, reiterou.

O treinador garantiu que os defesas nigerianos Bruno Onyemaechi, que falhou o desafio com a União de Leiria por razões regulamentares, e Chidozie, cuja eventual saída para o Nantes tem sido noticiada em França, “estão prontos” para o início da 61.ª presença do Boavista na I Liga, e 10.ª seguida desde a sua reintegração administrativa, em 2014/15.

“É claro que um treinador gosta de ter um plantel competitivo e com atletas de qualidade. Temos uma base da época passada, mas já perdemos Yusupha, Ricardo Mangas, Kenji Gorré, Reggie Cannon e Rafael Bracali. O Vincent Sasso não está apto nem começou a trabalhar. Eram seis jogadores importantes, mas trabalhámos com aqueles que cá estão para podermos ser fortes e rigorosos. Vamos passar por momentos difíceis neste duelo, mas, quando tivermos a bola, temos de ter qualidade e saber aquilo que fazer”, concluiu.

O Boavista mede forças com o campeão nacional Benfica, na segunda-feira, a partir das 20:45, no Estádio do Bessa, no Porto, no encontro de encerramento da jornada inaugural da edição 2023/24 da I Liga, com arbitragem de António Nobre, da associação de Leiria.