Jorge Nuno Pinto da Costa garante que está a escrever um livro sobre o Apito Dourado que será publicado assim que deixar o FC Porto. No programa 'Primeira Pessoa', da RTP 1, o presidente do FC Porto garante que o livro revelará "a verdade".

"Escrever um livro sobre o Apito Dourado? Estou a fazer, tenho feito. Só vou publicar quando deixar o FC Porto, seja dois meses, dez anos, cem anos. Porquê? Porque sei que vai ter grande impacto. Não quero ser nada no FC Porto a não ser sócio quando isso sair. Não é a minha verdade. É a verdade. A deles já foi provado que era mentira, porque não conseguiram prová-lo em tribunal e culpar-me de alguma coisa", disse o líder portista.

Na entrevista, o presidente do FC Porto revelou que nunca temeu as consequências do caso de justiça que abalou o futebol português.

"Soube sempre que não tinha pernas para andar. Sabia como tinha nascido, criado e tinha a certeza que tudo o que diziam não podiam dar nadam, porque não deu. Detido? Para isso, basta eles quererem. Tinha a certeza que não havia razão, porque foi tudo montado, não tinha dúvida", completou.

Na conversa com a jornalista Fátima Campos Ferreira, o presidente do FC Porto falou da sua relação com Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica.

"Tinha boas relações, tinha. Continuo a dar-me com Luís Filipe Vieira. Ainda agora no Natal mandou as boas festas. Eu só mando aos amigos. Retribui", começou por dizer.

Questionado se falou com o antigo líder dos encarnados quando este esteve envolvido em problemas com a justiça, Pinto da Costa explicou.

"Na altura [da saída do Benfica] não falei, porque era proibido, mas mais tarde falei. Disse que tinha de aguentar, para ter paciência e que se estivesse inocente que não tivesse preocupação. Até lhe falei no Apito Dourado. Se você tem a consciência tranquila, como espero, não tem nada que ter problemas. Agora, se meteu o pé na argola, olhe, aguente", comentou o líder dos dragões.

Na mesma conversa, Pinto da Costa recordou os momentos mais marcantes que já viveu no FC Porto

"Nas memórias positivas, a primeira grande sensação é a vitória na Liga dos Campeões de 1987, em Viena. No meu programa eleitoral, tinha dito que o FC Porto teria de estar numa final europeia. O engenheiro Armando Pimentel dizia que era impossível, para não pôr isso. Eu disse que não era possível se não acreditasse. E em 1984 fomos a uma final, que perdemos, onde fomos, como se diz em bom português, bem 'gamadinhos'. Foi um intervalo e tínhamos de ganhar a próxima final. A inauguração do Dragão foi fantástica, pela forma como foi conduzido o processo anti-estádio. Se me disser os dois momentos mais felizes, escolheria esses dois. Os mais tristes foi um jogo em Penafiel, em que sabia que o Pedroto tinha um cancro e queria ganhar aquele jogo. Eu estava nervoso, estava 0-0, e a 10 minutos do fim agarrei-me a ele a dar um abraço e ele diz-me: 'Parece que fomos campeões'. Eu disse que era porque nos estavam a insultar, dei essa desculpa... Foi dos momentos mais difíceis, também por saber que era a última vez que íamos sentarmo-nos juntos no banco. A perda de Reinaldo Telles, Rui Filipe, Pôncio Monteiro... Não falo das derrotas, porque após as derrotas, vêm vitórias", recordou.