O presidente do Paços de Ferreira, Paulo Meneses, defendeu hoje que a melhor solução para o futebol português deve resultar do consenso entre todos os clubes, incluindo os "grandes", independentemente de quem possa liderar o processo.

"A melhor solução seria aquela que saísse do consenso de todos os clubes. Não interessa se o candidato é A, B ou C, o ideal seria esse consenso, se possível com a união dos chamados ‘grandes', desde que não se ‘abafem' os mais pequenos", disse Paulo Meneses à agência Lusa.

O presidente do Paços de Ferreira fez questão de dizer que o clube da I Liga "não tem candidato preferencial ou tendência preferencial", defendendo antes "uma posição a bem do futebol".

Paulo Meneses aproveitou para dizer que "o Paços não tem obrigação nenhuma para com o atual presidente [da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, LPFP] Mário Figueiredo", reeleito com os votos do clube, numa decisão, acrescentou, tomada "em consciência" e no âmbito do cenário existente na altura.

"O Paços exerceu na altura o seu direito de voto, em consciência, naquilo que era o cenário da altura, mas deixou sempre aberta a porta e disse, de forma clara, que não estava preso a ninguém. Aliás, nem mesmo que o Mário Figueiredo volte a candidatar-se, terá certo o voto do Paços", sublinhou.

O líder pacense insistiu na necessidade de serem tomadas a bem do futebol, elegendo como prioridade "assegurar que estão reunidas as condições para que os campeonatos se possam realizar" e pondo fim a "alguns receios que começam a existir", e, no mesmo patamar de importância, "pensar na sustentabilidade do futebol".

Meneses reagiu, desta forma, à decisão de hoje do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de marcar novamente eleições para a LPFP, numa deliberação, concluiu, que "o Paços aceita sem qualquer objeção", tendo presente que "a legalidade tem de ser reposta, caso não exista".

A decisão de obrigar a novo ato eleitoral no organismo decorre do deferimento parcial do recurso apresentado por Vitória de Guimarães e Estoril-Praia, por unanimidade do CJ da FPF, considerando como admitida a candidatura de Fernando Seara, ex-presidente da Câmara Municipal de Sintra e atual vereador do Município de Lisboa.

O órgão federativo, que não analisou o recurso de Rui Alves, cuja candidatura também não foi aceite e está dependente dessa deliberação, considerou ainda que a lista apresentada por Mário Figueiredo detinha "vícios formais", salvaguardando que poderia ser admitida caso os mesmos fossem "sanados".

Mário Figueiredo, que preside à LPFP desde janeiro de 2012, foi reeleito para o organismo com votos de sete clubes, casos de Sporting, Paços de Ferreira e Belenenses, da I Liga, Leixões, Farense, Santa Clara e Atlético, da II Liga.