O presidente do União da Madeira, Filipe Silva, responsabilizou sábado as arbitragens e desigualdades fiscais pela despromoção do clube, derrotado por 2-1 na receção ao Rio Ave, na 34.ª jornada da I Liga de futebol.
“Neste momento, a equipa que se salvou (o Tondela), tem cinco pontos de benefício”, afirmou, lembrando que “na última jornada (em Paços de Ferreira) marcou o seu primeiro golo, com dois jogadores escandalosamente fora de jogo”.
Face ao mesmo adversário, e segundo o líder dos madeirenses, o União da Madeira “introduziu a bola na baliza por seis vezes”, mas três golos foram “anulados, acabando por perder o jogo por 4-3”.
“Fala-se muito no erro humano, mas, ao longo de toda a época, o União da Madeira não teve um único jogo em que fosse beneficiado, sendo sim, consecutivamente prejudicado, até nos empurrarem para baixo da ‘linha de água’”, acusou.
Filipe Silva mostrou-se também muito crítico sobre a forma como os regulamentos e as leis são aplicados.
“Não pode haver clubes que não pagam impostos e apresentam certidões e está tudo bem. Existem clubes na I Liga que não pagam Segurança Social desde dezembro. Não percebo como é que esses clubes cumprem com os pressupostos financeiros”, disse.
O líder dos insulares solicitou ao Ministério Público a instauração de um processo ao futebol português, questionando-se como é possível haver equipas com “três planos especiais de vitalização”.
“O União nunca entrou em loucuras, tendo uma equipa dentro das suas possibilidades, mas fez o suficiente para ficar na I Liga. Havendo clubes cumpridores e outros não, gera-se uma concorrência desleal”, prosseguiu.
De acordo com Filipe Silva, fala-se muito da verdade desportivo, ma ela não existe: “O mais chocante é que o União desceu, mas fez tudo para ficar na I Liga, sem nunca ter sido ajudado, nem beneficiado”.
O presidente do União queixou-se também de muitos momentos de crispação em relação ao clube, afirmando que “uma vez era o nevoeiro e outra as três equipas da Madeira”.
“O que se passa em nada abona o produto futebol, já que regras não são iguais para todos”, disse, frisando: “O União foi empurrado para a II Liga".
Ainda assim, reconheceu que o União da Madeira poderia ter “feito mais do que fez para assegurar a manutenção”, mas que tudo se torna difícil quando se marca e os lances “são sucessivamente anulados”, apontando os jogos com Moreirense, Paços de Ferreira e Belenenses como exemplos.
Quando se fala que no futebol “existe prejuízo e depois benefício”, Filipe Silva assevera que o União da Madeira “nunca foi beneficiado em nada”.
“O União vai reerguer-se e voltar”, prometeu, embora avançando que vai repensar a sua continuidade no futebol: “Quando se fala muito em transparência, essa parece ser só para os ‘grandes’, quando são os ‘pequenos’ os que mais sofrem com as injustiças”.
Com a descida consumada, “o projeto será revisto, pois uma coisa é estar na I Liga, outra é estar na II Liga”, deixando uma palavra de apreço para “todos os unionistas”.
“Esta é uma Liga da mentira e não uma Liga da verdade. Se fosse pela verdade desportiva, o União já estaria safo há muito tempo e acabou por descer, finalizou”.
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