Serão mais de 60 mil os adeptos esperados na Luz para o Benfica-Sporting, da 16.ª jornada da I Liga de futebol. O SAPO Desporto acompanhou milhares deles nos arredores dos Estádio da Luz, antes do apito inicial do jogo. Entre comes e bebes, jogos e prognósticos, música e animação, os adeptos do Benfica iam preparando a garganta para mais um dérbi com o arquirrival de Lisboa.

A festa começa muito antes de se sair de casa. Nos grupos de WhatsApp combinam-se pontos de encontro antes do apito inicial. E um deles é o Alto do Moinhos, onde milhares se juntam pra trocar as primeiras impressões. Come-se a típica bifana, prego ou cachorro-quente, a acompanhar a cerveja para se aguentar as temperaturas típicas da época. Canta-se pelo Benfica.

Para quem mora perto da zona, é um inferno. A Polícia vai ajudando na lenta circulação do trânsito para dar andamento a quem escolheu (ou não teve escolha) passar por esse cruzamento à saída do metro dos Altos dos Moinhos por estas alturas.

Adeptos do Benfica nos arredores da Luz
Adeptos do Benfica nos arredores da Luz Venda de cachecóis créditos: Evandro Delgado

Trocam-se cumprimentos, saúda-se os amigos. A lenta romaria junto ao estádio da Luz continua. Antes da pequena ponte que liga Altos dos Moinhos à Luz, são milhares os benfiquistas que aí se amontoam, à espera do autocarro da equipa para dar aquela força extra. São tantos que a circulação faz-se com muitas dificuldades.

Depois entra-se na primeira zona de verdadeira animação. Júlio Panão afina a voz, tal como os milhares que o acompanham nas suas canções dedicadas ao Benfica. Entre a multidão que vai circulando de um lado para outro, alguns param para ouvir e acompanhar o artista nas músicas de apoio ao clube da Luz. Puxam-se dos telemóveis de última geração, liga-se as câmeras e começa-se a filmar. Alguns aproveitam para mais alguns selfies para as redes sociais.

Nas bancas de comes e bebes, faltam mãos para dar vazão a tantos pedidos. É bifana no pão, é pão com chouriço, é o prego, é cachorro, tacos, sandes de presunto e muito mais. A cerveja vai saindo, com a máquina a não ter descanso.

O mundo à volta é vermelho e branco. Não se vê vivalma do Sporting. Compreende-se.

Mas, por entre a multidão, passa uma família grande, onde há benfiquistas e sportinguistas, a julgar pelas vestimentas. Os pais e os cinco filhos pequenos vão em passo acelerado. Dois estão identificados com os Leões, os restantes, são Águias. O resto é tudo vermelho e branco.

Adeptos do Benfica nos arredores da Luz
Adeptos do Benfica nos arredores da Luz Venda de comes e bebes créditos: Evandro Delgado

A cerveja vai escoando garganta abaixo - ou para o chão, quando o encontrão que se leva é maior do esperado. Cerveja pelo chão, pede-se desculpas, às vezes só com um olhar. E cada um segue o seu caminho.

Do lado oposto às bancas de comida e bebida, estão os postos de venda de cachecóis e chapéus. O incansável vendedor vai gritando o preço: "Cinco euros, cinco euros, cachecóis do glorioso a cinco euros". O movimento, vê-se, é maior que o habitual. São nestes jogos que se fazem negócio. As vendas vão fluindo, a simpatia do vencedor é mais um ponto a seu favor.

Ainda na animação há jogos que oferecem cachecóis, camisolas e outros brindes, dependendo do jeito para o futebol de quem participa no meter a bola no alvo. São três remates, três alvos diferentes. Quem tem mais pontaria leva brindes e palmas, quem não tem, lamenta a falta de sorte.

Na circulação em redor do estádio, há quem tenta orientar os que não compareceram a tempo e horas no local previamente combinado. Agora é preciso guiar os retardatários até ao novo destino. Porque a multidão é dinâmica: ora está aqui, ora ali. Nunca parada num ponto. Sempre fluindo.

Adeptos do Benfica nos arredores da Luz
Adeptos do Benfica nos arredores da Luz Adeptos do Benfica nos arredores da Luz créditos: Evandro Delgado

Junto à estátua de Eusébio, uma vendedora de cachecóis, na casa dos seus 60, 70 anos. A juventude já lá foi. As forças vão faltando e é preciso dosear o grito de venda: "Cachecóis a cinco euros, olha o cachecol a cinco euros". É um marketing mais intermitente, feito a espaço. É preciso recuperar forças entre um grito e outro. Aqui a venda de merchandising do clube não flui tanto como na primeira banca. Estar à porta da loja do clube da Luz não ajuda muito. Mas há sempre quem prefere o cachecol da rua.

Os que querem entrar sem problemas, vão passando pela primeira barreira de segurança: mostra-se o bilhete, é-se revistado e, com tudo a seguir a sua normalidade, cada um encaminha-se para a sua porta de entrada. As bancadas da Luz começam a ganhar vida e cor.

Hoje há dérbi com o Sporting. Hoje há festa na Luz.

E a festa poderá continuara a ser acompanhada no SAPO Desporto EM DIRETO, com vídeos dos principais lances.