Os dois nomes foram revelados hoje pelo ex-treinador da equipa principal de futebol dos ‘dragões’, em conferência de imprensa na sede de campanha da candidatura “Só há um Porto”, que tinha sido inaugurada na quarta-feira perto da rotunda da Boavista, no Porto.

“Reuni dois grandes portistas e portuenses, que encaixam no sentido de missão que está por detrás do espírito desta candidatura e sobre os quais tenho plena confiança nas suas capacidades para liderarem a transformação do FC Porto”, observou André Villas-Boas.

Ex-deputado pelo PSD na Assembleia da República, entre 1985 e 1991, António Tavares tem 64 anos, é provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto desde 2010 e dirige a licenciatura em Ciência Política e Estudos Eleitorais na Universidade Lusófona do Porto.

“Ser presidente da Mesa da Assembleia Geral é um lugar de grande responsabilidade, já que compete ao eleito representar e ser o garante da participação de todos os sócios no acompanhamento da vida do clube. Uma palavra sobre o futuro: ganhar. O FC Porto vai continuar a ganhar, porque sempre soube fazer as opções mais difíceis ao longo da sua história. O FC Porto é um espaço de liberdade construído por homens e mulheres livres, onde continuar a ganhar não é um sonho, mas um dever”, reconheceu António Tavares.

Já o economista Angelino Ferreira, de 70 anos, esteve ligado aos ‘dragões’ durante duas décadas, de 1992 a 2014, ao ser vice-presidente do clube e administrador com o pelouro financeiro da SAD, estando mesmo na génese de várias sociedades do Grupo FC Porto.

“Aceitei o convite para servir o FC Porto com honra e orgulho, em particular neste projeto que se quer inovador, transformador e transparente. Estou certo de que assim será. Não poderia deixar de responder a este chamamento, disponibilizando-me com um espírito de missão para reverter a grave situação financeira que o Grupo FC Porto passa”, justificou.

Com responsabilidades nos projetos de construção do Estádio do Dragão e do museu do FC Porto, ambos no Porto, e do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, Angelino Ferreira lamentou o atual passivo superior a 500 milhões de euros (ME).

“Os acionistas, em particular o FC Porto como acionista maioritário, confiaram 112 ME a esta gestão. O que é que nos entregou? Os tais 210 ME de capitais próprios [negativos]. Claramente, esta é uma estratégia de destruição de valor e não de produção de riqueza para os acionistas. Esta situação deve-nos preocupar e fazer estar atentos, até porque é preocupante”, alertou o ex-administrador da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Estes dois candidatos à Mesa da Assembleia Geral e ao Conselho Fiscal e Disciplinar já tinham comparecido na cerimónia de lançamento da candidatura de André Villas-Boas à presidência do clube nortenho, que se realizou em 17 de janeiro, na Alfândega do Porto.

O ex-treinador, de 46 anos, juntou-se ao empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020 por Pinto da Costa, nas próximas eleições dos órgãos sociais do FC Porto rumo ao quadriénio 2024-2028, cuja data ainda será agendada, devendo ser realizadas em abril.

André Villas-Boas notabilizou-se na época 2010/11, quando conquistou quatro provas à frente da equipa principal de futebol, entre as quais a I Liga portuguesa e a Liga Europa, que representa o último dos sete troféus internacionais da história dos ‘azuis e brancos’.

Pinto da Costa, de 86 anos, ainda não revelou se concorrerá a um 16.º mandato seguido, numa fase em que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, tendo sido eleito pela primeira vez como 33.º presidente da história do clube em abril de 1982.