Ricardo Martins Pereira, conhecido pelo blogue 'O Arrumadinho', anunciou nas redes sociais que se vai candidatar às eleições presidenciais do Benfica no próximo mês de outubro.

Numa longa publicação no Instagram, o jornalista explicou os motivos que o levam a avançar para a liderança do clube da Luz. Segundo Ricardo Martins Pereira, os recentes atos de vandalismo ao autocarro e às casas de alguns jogadores e de Bruno Lage foram 'a gota de água' para a tomada desta decisão.

"O ataque ocorrido ao autocarro da equipa de futebol, mas sobretudo às residências particulares onde vivem jogadores e o treinador do Benfica foram, para mim, o ponto sem retorno que me fez decidir-me por uma candidatura à Presidência do Sport Lisboa e Benfica", começa por dizer.

"Não me candidato por nenhuma outra razão que não seja a de tentar devolver ao Benfica a dignidade desportiva e institucional que um clube de topo mundial deve ter. Os grandes clubes e as grandes instituições não valem apenas aquilo que os museus de troféus dizem que elas valem. Os grandes clubes e as grandes instituições devem ser, acima de tudo, motores de desenvolvimento de uma sociedade mais justa, equilibrada, séria, honesta. Ao Sport Lisboa e Benfica têm sobrado títulos desportivos, que eu, como adepto e sócio, muito agradeço mas tem faltado a seriedade, credibilidade e honestidade fora do campo, o que a mim, como adepto e sócio, muito me envergonha e entristece. É sobretudo isto, embora não só isto, que me move neste momento e que me faz tomar a decisão de avançar para uma candidatura à Presidência do meu clube. Mas há mais. Um candidato à presidência de um clube não tem de ser alguém que se opõe a tudo o que a atual direção do clube tem feito. Seria absurdo que assim fosse. Muito do trabalho do nosso atual Presidente, Luís Filipe Vieira, e da sua equipa, tem sido bem feito e tem trazido excelentes resultados desportivos e também financeiros ao Sport Lisboa e Benfica", acrescenta.

"Mas as vitórias, os sucessos e as coisas bem feitas não nos podem cegar, não nos podem impedir de olhar para os muitos problemas que subsistem, crescem e para os quais não se vê, por parte da atual direção, um caminho, uma solução pensada. Pior. Esses problemas não são sequer trazidos a discussão, são escondidos, retirados da agenda, tratados apenas pelos sócios, adeptos e simpatizantes em conversas de café. Não pode, e sobretudo não deve ser assim. O Benfica tem de ser muito maior fora dos campos do que tem sido, sobretudo nos últimos anos. E ser maior fora do campo não significa mandar "nos bastidores" do futebol, significa ser a locomotiva da mudança", termina.