O candidato à presidência do Sporting Ricardo Oliveira considerou, em entrevista à agência Lusa, que Rúben Amorim tem sido um “fantástico” treinador, mas também “comunicador, gestor, presidente, agente, tudo”, criticando a liderança de Frederico Varandas.
“Rúben Amorim tem sido fantástico para o Sporting, não só como treinador, mas como comunicador, como gestor, como presidente, como agente, tudo. A máquina que havia não funcionava e Rúben Amorim traz uma máquina nova. É muita coisa que vem com Rúben Amorim”, afirmou o líder da Lista B às eleições aos órgãos sociais dos lisboetas.
Ricardo Oliveira atribui todos os créditos ao sucesso futebolístico dos últimos dois anos ao treinador e sua equipa técnica, numa “euforia à volta de um campeonato nacional” que fará os votantes em Varandas verem “a cara de Amorim” no boletim das eleições.
“Vejo os sportinguistas à volta do Sporting de Rúben Amorim e da equipa de futebol, e não à volta do atual presidente. Nas eleições, acho que os sportinguistas que optarem por votar em Frederico Varandas vão ver ali a cara do Rúben Amorim”, disse o gestor à Lusa.
Assim, Ricardo Oliveira teme que, na altura em que o técnico abandonar o clube, isso possa significar um regresso à estrutura existente nos primeiros dois anos de mandato do atual presidente, muito marcados por “lenços no estádio e manifestações à porta”.
“[Amorim] Mudou um mandato desastroso financeiramente – e que continua a ser -, e, passados dois anos, passou a ser bom desportivamente. Quando o Rúben Amorim for embora, não é só ele que vai embora. É muita coisa que vai embora”, realçou Ricardo Oliveira, que também assume a presidência da Federação Portuguesa de Padel (FPP).
O candidato compreende que existe “uma boa relação” entre Amorim e o atual diretor desportivo, Hugo Viana, e manteve-se cauteloso em mudanças na estrutura do futebol profissional: “Seria estúpido se dissesse que tenho uma pessoa 100 vezes melhor que o Hugo Viana, mas que, se calhar, me vai desfazer uma equipa que funciona.”
Ricardo Oliveira teceu duras críticas às relações de ‘duas caras’ do Sporting com o rival FC Porto, que Frederico Varandas fomentou durante o seu mandato, garantindo que, com ele na liderança, também não existirão “sportinguistas de primeira e de segunda”.
“Não podemos, às segundas, quartas e sextas, insultar o nosso adversário e, depois, às terças e quintas, fazer negócios com eles. Ao analisar os relatórios e contas de 2020/21 entende-se que há ali uma cooperação clara entre os dois clubes, numa manobra que não é ilegal, mas que é eticamente questionável”, exemplificou o opositor a Varandas.
Instado a apontar a maior falha da atual direção, Ricardo Oliveira não teve dúvidas em falar na desunião com os sócios, explicando como seria consigo na liderança do clube, onde frisou ser presidente de todos, “dos que gostam ou não gostam” da sua pessoa.
“Não há sportinguistas de primeira e de segunda classe, não há escumalha e não há beijos para os associados. Os Grupos Organizados de Adeptos [GOA], se cumprirem as regras, a lei e se entenderem que o Sporting está acima de todos, serão bem-vindos. Serei um presidente de pontes, não de muros”, prometeu o concorrente da Lista B.
As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem no sábado, das 09:00 às 20:00, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, com três candidaturas a sufrágio: Frederico Varandas (lista A), Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C).
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