O treinador do Vitória de Guimarães, Rui Vitória, disse hoje perspetivar a próxima época futebolística com «grande otimismo», mas também está ciente das dificuldades que vai encontrar e que a «travessia no deserto» ainda não terminou.
«As expectativas são sempre muito elevadas e o que podemos prometer é mais uma época de trabalho. É uma perspetiva de grande otimismo com o entusiasmo muito grande de quem ganha uma Taça de Portugal, mas temos a noção do trabalho e das dificuldades que temos pela frente», afirmou o treinador antes do primeiro treino da temporada 2013/14.
Pouco antes da apresentação do novo plantel à comunicação social e adeptos, Rui Vitória frisou que não é por ter ganho a Taça de Portugal na época passada que as dificuldades deixaram de existir no Vitória, tendo destacado também que vai ter que voltar a reconstruir a equipa (saíram Alex, Tiago Rodrigues, Ricardo, Soudani, Baldé).
«Gostaríamos que as coisas fossem um pouco diferentes, que pudéssemos dar continuidade ao trabalho anterior, mas sabemos que o Vitória ainda não está em condições de conseguir manter os jogadores que mais se evidenciaram. Sabemos que vai ser uma época de reconstrução, pelo que se a época passada foi o ano `menos um´, calculo que este ainda não seja o ano zero, mas vamos encarar isso de cabeça levantada e procurar soluções», disse.
Dos reforços já assegurados, a maioria vem de divisões inferiores, onde Rui Vitória considera existirem «jogadores de grande qualidade».
«Às vezes é preciso é abrir-se uma porta. Temos duas equipas e os jogadores vêm para o Vitória, não para a equipa A. Estão inseridos num projeto que no ano passado deu resultados desportivos e financeiros e queremos continuar a pensar assim. Não temos produtos acabados, mas acreditamos no trabalho que vamos fazer e na qualidade deles», disse.
O setor mais deficitário neste momento é o ataque, assumiu.
«É onde sentimos que faz falta trazer mais alguém. Estamos no mercado e a qualquer momento pode chegar mais algum jogador, mas terá que ser tudo muito analisado, porque temos poucos recursos e procuramos qualidade», disse.
Tal como na época passada, recusou estabelecer qualquer objetivo: «Não faço planos, vai ser um ano difícil. Estamos a fazer uma travessia no deserto, que é longa, é bom frisar, e não é por termos ganho a Taça que se passou uma esponja sobre tudo e que ficou tudo no caminho certo. Vamos jogo a jogo e tentar fazer o melhor possível», disse.
O reforço Pedro Correia, ex-Crotone (Itália), confessou estar surpreendido com o clube.
«Eu já sabia que o Vitória era um grande clube, mas não esperava que fosse assim tão grande. Estão aqui centenas de pessoas a ver o treino, estou muito feliz de estar aqui e espero contribuir para um bom campeonato do Vitória», afirmou.
O defesa direito já tinha sido orientado por Rui Vitória no Fátima e reconheceu a importância do técnico para ter escolhido Guimarães.
«É óbvio que já conhecer o treinador é sempre importante, mas também por isso sei que não tenho nenhum privilégio e vou ter que trabalhar tanto ou mais que os meus colegas para jogar porque com ele joga quem merece. Dou sempre o exemplo do Marco Matias que no Fátima, com este treinador, não jogava e depois o ?mister' veio para cá e trouxe-o para a equipa principal», notou.
O mais experiente Leonel Olímpio, que deverá herdar a braçadeira de "capitão", notou que é «preciso ter os pés bem assentes no chão e trabalhar com humildade».
O médio destacou ainda a contração de Moreno, jogador que conhece bem o Vitória: «toda a gente sabe a qualidade do Moreno, esperamos que nos venha ajudar e que dê continuidade ao trabalho que já tinha feito no Vitória», concluiu.
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