O Sindicato dos Jornalistas repudiou hoje a «violação da lei» por parte do Sporting, ao impedir o acesso dos jornalistas destacados pelo jornal “Público” para a cobertura do jogo com o Porto no passado dia 7.

Em comunicado enviado às redações, o sindicato indicou que perante a «gravidade da conduta do clube, e sem prejuízo das iniciativas do Público», vai solicitar a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

O SJ sublinhou ainda a «necessidade de atitudes de firmeza, de solidariedade e de unidade de todos os jornalistas no terreno e, especialmente, das direções dos órgãos de informação, no sentido de combaterem concertada e ativamente atos de discriminação no acesso à informação».

De acordo com uma nota do Público, invocada pelo sindicato, o Sporting terá justificado o impedimento do acesso aos jornalistas do diário com uma alegada falta de pedido de credencial, pedido que o jornal reclama ter feito no início da semana.

O sindicato congratulou-se, assim, com o anúncio da direção do Público, segundo o qual «acionará todos os meios ao seu dispor para repor a legalidade».

«A direção do SJ repudia o comportamento inaceitável e ilegal do Sporting e manifesta a sua solidariedade para com os jornalistas e o jornal, discriminados no acesso à informação e impedidos de cumprir adequadamente a sua missão», sublinhou o sindicato no comunicado.

O jornal publicou na sexta-feira, dia 6, véspera do jogo entre o Sporting e o Porto, uma notícia na primeira página com o título: «Sporting forrou acesso a balneário com imagens que exaltam violência», em que escrevia que o corredor de acesso aos balneários utilizados pelas equipas visitantes no estádio de Alvalade tinha sido decorado com «imagens hostis» de «adeptos em poses agressivas», exibindo «gestos de conotação fascista» e símbolos «conotados» com «a extrema-direita».

A manchete do Público e o artigo correspondente mereceram do Sporting um comunicado em que condenou o trabalho do jornal, reagindo com «estranheza e perplexidade à polémica» que, sustentou o clube, se quis instalar «em vésperas do clássico».