No dia do regresso aos trabalhos dos campeões nacionais, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, admitiu dar prioridade à empresa de Joaquim Oliveira nas negociações para a renovação de um contrato que cessa em 2012/2013, embora não tenha fechado portas a outras soluções.

“Não vou esconder que começámos a conversar com a Olivedesportos e vamos dar preferência a essa empresa. No entanto, irei lutar pela verba que achamos justa para a SAD e o clube. Se não for possível, iremos para outro lado, mas de momento lutamos para ficar com o mesmo parceiro que nos tem ajudado estes anos todos”, sublinhou Luís Filipe Vieira em entrevista à Benfica TV.

António Cupertino, um dos sócios subscritores do pedido de uma reunião magna, manifesta-se absolutamente contra um novo acordo com a Olivedesportos, considerando que Joaquim Oliveira “só serve os interesses do FC Porto”.

“Joaquim Oliveira está a mando do FC Porto para prejudicar o Benfica. O clube está a ser prejudicado em todos os acordos que assina com a Olivedesportos”, considera António Cupertino em declarações à Agência Lusa.

Este associado assegura que caso ocorra uma Assembleia Geral para discutir este tema apresentará uma solução alternativa, que só não revela para já “para não estragar um negócio que está bem encaminhado”.

“Não vamos ficar quietos e não estaremos na reunião magna só para votar contra. Apresentaremos uma alternativa viável”, assegurou António Cupertino.

Jorge Máximo, outro dos sócios que quer levar o eventual acordo com a Olivedesportos a Assembleia Geral, diz que “é tudo uma questão de dinheiro” e que a empresa de Joaquim Oliveira “tem de pagar o que o Benfica merece”.

“Confio neste Direcção do Benfica, mas tem de negociar boas contrapartidas para o clube. Se me convencerem em Assembleia Geral que é a Olivedesportos quem mais e melhor paga, então serei um dos sócios que apoia o negócio”, salvaguardou Jorge Máximo.

Para o mesmo associado, o Benfica “tem de deixar de ser o abono de família de empresas que querem viver à custa do clube”, pelo que votará contra “se os interesses do Benfica não sejam devidamente valorizados”.

Octacílio Gonçalves, outro sócio que quer levar este assunto a Assembleia Geral, tem uma opinião semelhante à de Jorge Máximo e só se colocará ao lado deste negócio “se o Benfica for muito bem pago”.

“Os valores que se falam na imprensa (entre os 15 e os 25 milhões de euros) são baixos. O Benfica tem de ser muito bem pago pelas transmissões televisivas. É a marca mais valiosa de Portugal e um futuro contrato tem de estar à altura desses pergaminhos”, defende Octacílio Gonçalves.

Segundo os novos estatutos, agora são necessários 10 000 votos (um voto para sócios até cinco anos, 10 votos para sócios entre cinco a dez anos, 20 votos entre 10 e 25 anos e 50 para sócios com mais de 25 anos de filiação) para marcar uma Assembleia Geral.