A administração da SAD considera o despedimento de Costinha inevitável depois de ter posto publicamente em causa um acto de gestão daquela, quando qualificou como «ruinosa» a transferência de Liedson para o Corinthians.

O entendimento da administração da SAD é o de que Costinha «violou, enquanto funcionário, regras básicas ao falar publicamente sobre questões do foro interno da SAD e do clube, agravadas pelos termos em que o fez e que consubstanciam intolerável falta de solidariedade», referiu uma fonte junto da SAD leonina à agência Lusa.

Exemplos disso são as menções que faz ao facto de tanto ele como o treinador Paulo Sérgio terem sabido das negociações com o Corinthians já na fase final das mesmas, a revelação de que o avançado francês David Trezeguet não ingressou no Sporting por 100 mil euros, da perda de poder que diz ter sentido com a contratação de José Couceiro para director-geral ou a falta de capacidade financeira do clube face aos rivais Benfica e FC Porto.

O presidente José Eduardo Bettencourt, que esteve fora do país durante uns dias, terá ficado chocado com as declarações de Costinha, não só por este ter sido uma aposta sua, mas também pelo facto de ter tido responsabilidades directas nas contratações de vários jogadores e em outras decisões que foram tomadas no âmbito da gestão do futebol profissional.

De resto, segundo a mesma fonte, os actuais responsáveis "leoninos" não acreditam que Costinha tivesse sido ingénuo ou tenha cedido a um impulso quando decidiu dar a entrevista à Sport TV e produzido aquelas declarações, sendo o seu gesto interpretado como premeditado e uma tentativa de vitimização face às consequências que o mesmo lhe vai acarretar, isto é, a sua saída imediata do clube.