O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro deu hoje por concluído o interrogatório aos nove arguidos envolvidos nos incidentes de terça-feira na Academia do Sporting, que culminou com a detenção de 23 suspeitos.
Hoje, o tribunal ouviu o último arguido disponível para prestar declarações, sendo que os restantes arguidos se remeteram ao silêncio, conforme tinham anunciado previamente.
De acordo com o comunicado do tribunal distribuído aos jornalistas, os trabalhos prosseguem no domingo com o Ministério Público a propor as medidas de coação para cada um dos 23 arguidos, a que se seguirá o período de alegações das defesas.
Segundo a advogada de um dos arguidos é provável que o período de alegações se prolongue para a próxima semana, devido ao elevado número de arguidos deste processo, pelo que a decisão do juiz sobre as medidas de coação só deverá ser conhecida dentro de dias.
No comunicado, o juiz de instrução criminal reconhece a complexidade do processo, "atendendo à matéria de facto e de direito em causa", admitindo que os intervenientes processuais necessitam de algum tempo para "preparar com ponderação e competência, as suas intervenções, não perdendo de vista que os arguidos se encontram privados da sua liberdade desde o passado dia 15 de maio".
Desta forma, o juiz optou, com a concordância de todos os intervenientes, retomar as diligências no domingo, a partir das 14:00.
Na terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na Academia de Alcochete por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.
Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.
O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.
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