No dia em que comemorava o 114.º aniversário, o Sporting queria oferecer uma prenda aos adeptos, somar a quarta vitória consecutiva para assim aproximar-se do segundo classificado Benfica e cavar um fosso de cinco pontos para o SC Braga na luta pelo pódio.
Um leão moralizado e rejuvenescido que procurava dar seguimento ao bom momento depois do regresso do campeonato, após paragem devido à COVID-19.
Contudo, é bom lembrar que os verdes e brancos não contavam com o homem mais do momento por lesão: Jovane Cabral deu lugar a Rafael Camacho no onze do Sporting.
Já o Gil Vicente vinha à Alvalade à procura de dar seguimento ao triunfo conquistado na jornada passada, depois de um início muito negativo com três derrotas consecutivas.
Vítor Oliveira optou por mudar três jogadores no habitual 4-3-3 com que se apresentou a equipa de Barcelos. Alex Pinto, Henrique e Kraev saíram do onze. Entraram Ygor Nogueira, João Afonso e Baraye.
Era um jogo em teoria e na prática difícil para o Sporting, apesar do histórico altamente favorável para o conjunto de Alvalade. Porém na primeira volta, os leões treinados por Silas tinham sido derrotados por 3-1, na 12.ª jornada.
O Sporting começou com vontade de segurar a batuta. Jogava em casa, com o Gil Vicente mais na expetativa.
Contudo, ao leão faltava a clarividência e a irreverência de Jovane. Mais lento nos processos, o Sporting denotava uma maior dificuldade em chegar ao último terço.
Sporar que tem andado longe do longe, tentava mudar a maré. A beijar o quarto de hora, chegou atrasado depois de um canto batido por Plata.
Rápido nos processos, o Gil Vicente treinado por Vítor Oliveira, já se sabe que não é equipa para virar a cara a luta.
Sandro Lima começou por ser o homem em destaque no lado de Gil Vicente. Em galope à 'Usain Bolt' criou dificuldades do lado direito, mas com Max sempre atento.
Do outro lado, o Sporting mantinha-se pouco entusiasmante e com dificuldades em romper as linhas do adversário.
Os primeiros minutos estavam divididos, tu cá, tu lá. O golo dos leões surgiu por isso contra a corrente do jogo. Arranque de Plata, - nesse dia com a camisola do eterno Balakov - fugiu do lado direito o colombiano, cruzou rasteiro, a bola acabou por sobrar para Wendel, que num disparo fez o primeiro, com a bola ainda tabelar na defensiva gilista.
Lance aos repelões sim; incaracterístico, mas o Sporting chegava à vantagem.
A partir daí, o Gil cresceu no jogo, engalanou-se. Aos 27´, colocou a bola na baliza, num desvio de Sandro Lima depois de um cruzamento de Rúben Fernandes.
Sim, o Rúben Fernandes que atuou no Sporting e que se quis tanto mostrar no regresso a uma casa que já foi sua.
O leão estava em dificuldades. O 5-3-2 deixava o miolo de Amorim mais exposto, com os extremos a não descerem e com os médios Matheus Nunes e Wendel com demasiado trabalho.
Aos 35´, outra vez o Gil demasiado perto do empate. Valeu Max - cada vez mais confiante o guardião do Sporting - a evitar o golo numa excelente estirada a remate de Baraye.
A primeira parte terminou com a equipa de Vítor Oliveira por cima. Começou mais expectante, mas adiantou-se no terreno a seguir ao golo o Sporting. Os donos da casa só dispuseram de um remate enquadrado em toda a primeira parte, precisamente o tiro vitorioso de Wendel.
A segunda parte abriu, com Wendel a ter mais olhos que barriga. Quis ser matador novamente, mas intimidou-se perante Denis e falhou um golo certo, quando tinha tudo para bisar.
Mas a circunstância, essa, voltou a bafejar a equipa aniversariante. A defensiva do Gil comprometeu, e o colombiano Plata roubou o esférico e dilatou para 2-0.
Castigo para o Gil que não desmoralizou. Rúben Ribeiro continuava com vontade de se mostrar. O ex-jogador do Sporting tentou de canto direto, mas valeu Max a impedir.
O Sporting fechava à loja, encostava-se lá atrás com vontade de querer fechar à chave o jogo. Ia impedindo com maiores ou menos dificuldade a iniciativas gilistas.
A circunstância proporcionava a estreia de mais um menino. Tiago Tomás, aos 18 anos, fazia a estreia na equipa principal do Sporting.
Para o últimos 10 minutos, as trocas no miolo deram mais robustez à equipa do Sporting - com Doumbia e Battaglia (entrou já nos últimos minutos).
Com o Gil mais exposto, o médio argentino e Plata ainda podiam ter dilatado para a equipa verde e branca.
Mas a equipa de Barcelos ainda queria ter algo a dizer no resultado. Rúben Ribeiro, ex-sporting, marcava frente à antiga equipa, na marcação de uma grande penalidade, num prémio para o jogador de 32 anos. Eram quatro minutos de sofrimento para o leão, com Amorim a roer as unhas, mas que ainda assim deram para a estreia de Joelson Fernandes, com apenas 17 anos.
Ainda deu tempo para o menino testar a pontaria num livre, mas a bola saiu ao lado lado da baliza.
O Sporting soma agora 55 pontos, está a nove do Benfica e tem cinco pontos de avanço sobre o SC Braga.
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