O trio de arguidos investigado pelo Ministério Público (MP) na sequência do ‘caso Marega’, com origem nos insultos racistas ao futebolista num jogo da I Liga portuguesa de futebol, publicou hoje um pedido de desculpas ao jogador.

No jogo entre Vitória de Guimarães e FC Porto, de 16 de fevereiro de 2020, o futebolista maliano deixou o relvado por volta do minuto 70, face aos insultos dirigidos por alguns vitorianos, entre os quais Hélder Manuel Pereira Gonçalves, Joaquim Pedro Sousa Ribeiro e Bruno Cristiano Pereira Teixeira, que, depois de constituídos arguidos, aceitaram pagar 1.000 euros de multa ao Estado e emitir um pedido de desculpas num “jornal desportivo local”.

Os arguidos reconheceram, na edição de hoje do semanário Desportivo de Guimarães, terem sido “três das pessoas” que assistiram ao jogo no Estádio D. Afonso Henriques e que se associaram “aos cânticos que surgiram no estádio, e vaiaram e insultaram o jogador da equipa visitante Moussa Marega”.

“Pelo comportamento assumido, [os três arguidos] pretendem apresentar um pedido público de desculpas ao visado Moussa Marega e a quem se possa sentir ofendido com tal comportamento, designadamente o assistente Vitória Sport Clube”, lê-se na nota publicada no jornal.

Os arguidos ficaram ainda “interditos de aceder a qualquer recinto desportivo como espetadores, onde decorra um espetáculo desportivo de qualquer modalidade, profissional ou amador, por um período de um ano”, referiu ainda o documento do processo consultado pela Lusa em 11 de outubro de 2021.

Esse processo foi então suspenso pelo MP por um ano, com a concordância do Juiz de Instrução Criminal, após o Procurador da República Marinho de Sousa ter entendido que os arguidos “não atuaram com um grau de culpa elevado” e verbalizaram arrependimento aquando dos interrogatórios.

Em outubro de 2021, o advogado dos arguidos, Pedro Miguel Carvalho, disse que estes “aceitaram o pedido de desculpas público” quer a Moussa Marega, quer ao Vitória de Guimarães, a seu ver “injustamente penalizado” pelos “comportamentos” de alguns adeptos, aos quais “foi alheio”.

Na sequência desse episódio, o clube minhoto cumpriu três jogos à porta fechada e pagou uma multa de 53.500 euros por imposição do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.