O antigo presidente do Boavista Valentim Loureiro vincou hoje "a satisfação pelo reencontro com aqueles que, dentro das quatro linhas, deram grandes alegrias ao Boavista conquistando Taças de Portugal e Supertaças" de futebol.
O ex-dirigente associou-se ao encontro que reuniu perto de perto de 140 antigos jogadores, treinadores, dirigentes e outros colaboradores boavisteiros no Estádio do Bessa, sob o lema "Eu já vesti esta camisola".
A iniciativa partiu dos ex-jogadores boavisteiros Manuel Lapas, Zeca Pereira, José Santiago, Júlio Augusto, Almeidinha, Caetano e Simões Lopes e culminou hoje com este encontro, que alguns designaram também por "diáspora ‘axadrezada’".
José Santiago disse à agência Lusa disse que o objetivo é tão-só "fazer um reencontro anual, uma confraternização" entre os que serviram o Boavista, não havendo qualquer pretensão de interferir na gestão do clube e da SAD.
A primeira etapa foi uma visita ao Museu do Boavista e aos troféus que ali estão expostos e que contam a história do clube que em 2001 se sagrou campeão nacional, quebrando assim o reinado do Benfica, do FC Porto e Sporting, tal como já tinha sido feito pelo Belenenses.
Martelinho lembra-se bem desse momento, porque foi dele o golo decisivo, contra o Sporting, num Estádio Bessa repleto e a transbordar de crença.
"A melhor memória? O golo ao Sporting no ano do título nacional. Recordo-me sempre que o Sanchez me está pedir a bola e eu estava cheio de fé, vi a bola a saltar e decidi arriscar. Fiz o golo e recordo-me que a minha vontade naquele momento era correr e correr, porque senti que o título nunca mais nos ia fugir", recordou.
Para Martelinho, "é importante que a família boavisteira perceba que os antigos atletas e funcionários sentem o clube".
"A aproximação entre todos é fundamental porque houve muito afastamento. Estive aqui a treinar os juniores há cerca de cinco anos e vi como isto estava muito mal. Vi muita gente que se afastou do clube e ver hoje esta gente toda deixa-me muito contente, porque o clube precisa deste género de iniciativas, que esta gente volte", salientou
Martelinho disse sentir-se bem no Boavista. "Sei que um dia irei regressar a esta casa", afirmou, sustentando que a falada "mística boavisteira" significa "ambição, vontade, nunca ter medo de nada e entreajuda."
"Fomos campeões nacionais e não éramos os melhores a nível de valores individuais, mas nível de equipa fomos os melhores", exemplificou.
João Alves disse também guardar boas memórias da sua passagem pelo Boavista, primeiro como jogador, em meados dos anos 70 do século passado, e depois como treinador.
"Fiquei completamente marcado por este clube, porque ganhei muita coisa, tornei-me internacional aqui, fui daqui transferido para Espanha (Salamanca) e foi aqui que comecei a minha carreira de treinador. Quer mais? Acho que é difícil", explicou.
O treinador Carlos Brito foi para o Boavista quando tinha 15 anos de idade, "comprado ao Sport Progresso", um clube local, "o que não era uma cosa normal na altura".
Nessa altura, recorda, Valentim Loureiro "ainda não era major, era capitão, tratava-o por senhor capitão".
Carlos Brito sustenta que" o mais importante, hoje, para o Boavista é ter continuidade de I Liga, como no passado, até se conseguir reorganizar no sentido financeiro e ter uma estabilidade que permita depois começar a sonhar com objetivos que teve há uns anos atrás".
Valentim Loureiro declarou-se "feliz" pelo reencontro e, à comunicação social, disse que o Boavista ainda enfrenta problemas, relacionados com a construção do seu estádio.
"O Boavista também teve a sorte, e não é por seu meu filho, de ter à frente o João Loureiro, sem o qual este clube, possivelmente, já existiria", afirmou.
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