André Villas-Boas deu uma entrevista à SIC Notícias na noite desta segunda-feira, onde falou da atualidade do FC Porto e dos planos que tem para o futuro do clube, caso ganhe as eleições no dia 27 de abril. A situação financeira dos azuis e brancos foi o tema mais abordado.
Está preocupado com com antecipação de receitas por fundos? "Sim. Foram questões que levantámos à direção e não tivemos respostas. A única pessoa com toda a informação é um candidato a vice-presidente da lista A que tem acesso a informação de taxas de juro, das que ele cobra e das outras. Não temos acesso a essa informação."
Se for eleito terá de trabalhar com João Rafael Koehler: "Aí será a balança do portismo de alguns, veremos como se mede o portismo, se é pelos interesses pessoais ou não. Um dos candidatos a vice-presidente e o CFO, João Rafael Koehler e José Fernando Figueiredo, estão associados a um fundo onde tentaram levantar capital para emprestar ao FC Porto. Em fevereiro, nos prospetos da Quadrantis, falava-se num retorno de 7,5%, mais 1,5% de feed de gestão. Ao FC Porto ia cobrar mais de 10%. Ainda ontem o próprio admitiu que esses seriam os valores cobrados por esse fundo. Depois tirou os prospetos associados a receitas do FC Porto, com a transferência do Otávio, Super Bock.. Quando o FC Porto se vincula desta forma a uma pessoa sem ir a mercado procurar outras condições, é grave porque há melhores condições."
Porque o FC Porto não foi ao mercado? "Terá de perguntar a Pinto da Costa. Parece-me que o presidente está refém de João Rafael Koehler e da quantidade de investidores que empresta ao FC Porto. Este candidato, que se apresenta a sufrágio para 2024/28, não é o mesmo com a força, o carisma e a determinação que conhecemos. Está refém deste fundo, destes investidores, porque lhe foram emprestando dinheiro para poder pagar salários, pagar a fornecedores, a clubes..."
Se vencer, o que vai acontecer o projeto da Academia na Maia? "Tomando posse vamos olhar para os contratos assinados. Não posso é permitir que o FC Porto se atrase novamente numa obra e isso tem vindo a acontecer desde 2016. Estou disponível para analisar contratos e escolher o melhor caminho para o FC Porto."
Está disponível para rescindir com a Ithaka e pagar 65 ME? "Desconhecemos o contrato e se há mais cláusulas. Se não há, é um bom sinal para o FC Porto, permite renegociar."
FC Porto vai ter de Aumentar a receita: "É uma das coisas que custa relativamente às decisões estruturantes que o FC Porto está a tomar, ainda agora vimos com o negócio da Ithaka. Acho que vale muito mais, vale pelo menos o dobro. Não temos dúvidas do parceiro, é forte, mas os direitos comerciais valem muito mais do que 65 milhões de euros para 25 anos. A FC Porto Comercial é das poucas empresas que dá lucro e normalemtne perto dos 40M€. Acho que a margem seria muito melhor do 65M a 25 anos."
Crise financeira: "As contas são evidentes para todos. Estamos a falar de 510 M€ de passivo e 310 de dívida financeira. Situação limite e por isso é que continua a antecipar receitas.
Disse que vai ser implacável com quem tiver lesado o clube: "Tenho muita informação, quando chegar lá vou ter mais e atuar. Falo, por exemplo, de uso abusivo de despesas de representação, cartões de crédito...e outras mais oficiosas como os salários pagos. São tudo zonas de intervenção e preocupação."
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