O Vizela e os seus adeptos estão “bastante entusiasmados” na antecâmara do primeiro jogo para I Liga portuguesa de futebol na cidade minhota, frente ao Paços de Ferreira, domingo, adiantou à Lusa o presidente da SAD, Diogo Godinho.
Depois de ter cumprido a temporada 1984/85, a primeira no escalão maior, no então Estádio Municipal de Guimarães e os dois primeiros jogos desta época, como visitado, em Paços de Ferreira, perante Tondela (triunfo por 2-1) e Boavista (1-1), a equipa minhota vai receber a formação da ‘capital do móvel’ às 15:30 de domingo no Estádio do Futebol Clube de Vizela, alvo de uma troca de relvado e de outras intervenções prestes a serem concluídas.
“Estamos bastante entusiasmados com o regresso a casa. Na última vez em que o Futebol Clube de Vizela esteve na I Divisão, como se sabe, não jogou na sua casa. Portanto, é uma honra este feito. Coincide com o jogo com o Paços de Ferreira. É algo especial”, refere o principal administrador da SAD vizelense desde novembro de 2016.
Preparado para uma “bonita festa no domingo”, Diogo Godinho frisa o “sentimento muito positivo” de estrear a renovada ‘casa’ frente a um clube que “emprestou a sua” ao Vizela e enalteceu a “procura” de bilhetes pelos adeptos do emblema azul e branco, já que foram vendidos quase dois mil até à noite de quinta-feira.
“Todos os vizelenses vivem o FC Vizela como ninguém: intensamente. Ainda faltam alguns dias e esperamos ter casa cheia, obviamente dentro das restrições da DGS [Direção-Geral da Saúde]”, diz, frisando que a lotação máxima permitida para o encontro, de 50% de todo o estádio, situa-se entre os dois mil e os três mil espetadores.
Um dos vizelenses que tenciona participar no ‘batismo’ do estádio na I Liga é Manuel Moreira Pereira, “fervoroso adepto” que acompanha o clube há 60 anos, tendo sido presidente da direção na década de 70 e presidente da mesa da assembleia-geral na de 80, quando a equipa da cidade das termas competiu com a elite do futebol nacional.
“Sou sócio desde 1961. O Vizela jogava no [campeonato] regional. Era simplesmente um fervoroso adepto, que acompanhava o Vizela desde aqui de ‘baixo’ até Monção (...) Estou lá, com certeza. É um momento histórico, o Vizela jogar no seu próprio campo na I Liga”, realça à Lusa.
Depois de ter assistido à primeira subida do clube à antiga II Divisão, na época 1966/67, Manuel Moreira Pereira foi elemento ativo no percurso que conduziu o Vizela da III à I Divisão entre 1981/82 e 1984/85, assente num “balneário fantástico”, com jogadores oriundos dos escalões de formação do Sporting de Braga, sem espaço na equipa principal ‘arsenalista’.
A 04 de maio de 1984, o Vizela recebeu o Riopele no Campo Agostinho de Lima para a 29.ª e penúltima jornada da Zona Norte da II Divisão e venceu por 1-0, garantindo o primeiro lugar e a inédita ascensão à I Liga, que motivou uma “explosão de alegria” na vila que então pertencia ao concelho de Guimarães.
Nesse mesmo mês, Fernando da Costa Vieira ofereceu ao clube o terreno que alberga o estádio, mas, sem tempo de o construir para jogar na I Divisão, nem para dotar o Campo Agostinho de Lima das condições necessárias, o Vizela teve de jogar no Estádio Municipal de Guimarães, uma “situação muito, muito difícil”, face aos entraves colocados pelo então presidente do Vitória, António Pimenta Machado.
O clube minhoto terminou o campeonato de 1984/85 na 16.ª e última posição, classificação que, para o antigo dirigente, não refletiu a “capacidade futebolística” do plantel treinado por José Romão e que seria diferente com um “campo próprio”.
Concluído em 1989, o Estádio do Futebol Clube de Vizela foi alvo de várias transformações neste verão para estar autorizado para a I Liga, desde o relvado, que “não tinha drenagem”, à iluminação, à instalação de cadeiras, às condições das casas de banho e até aos acessos para as transmissões televisivas, também por causa do videoárbitro, esclarece Diogo Godinho.
Grato pelo apoio da Câmara Municipal de Vizela, no que respeita sobretudo a “balneários”, o presidente da SAD avançou à Lusa que a acionista maioritária desde novembro de 2016, a Seca Corporate, empresa sediada em Hong Kong, já investiu mais de 2,5 milhões de euros nas infraestruturas do clube.
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