O treinador António Sousa está de saída do CD Trofense, atual 14.º classificado da Liga de Honra de futebol, restando apenas confirmação oficial sobre se será paga alguma indemnização, disse uma fonte do clube à agência Lusa.

Depois de na época passada o emblema da Trofa ter alcançado o terceiro lugar, a um ponto dos lugares da acesso à Liga, nesta época o plantel sofreu uma profunda remodelação e o clube ainda só somou oito pontos em nove jogos, fruto de duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

A fonte do CD Trofense adiantou que António Sousa orientou o treino da manhã de hoje, mas já terá recebido indicações sobre o seu futuro, que não passa por continuar à frente da equipa.

O técnico foi convidado para um almoço com o presidente da Comissão Administrativa do CD Trofense, António Leitão, para discutir os pormenores da sua saída do clube.

Em declarações à Imprensa, após a derrota na última jornada com o Santa Clara, António Sousa negou estar de saída, mas sublinhou que nessa hipótese exigirá o cumprimento das condições contratuais.

Fonte do clube confirmou à Lusa que o almoço de hoje se prende com a negociação do valor da indemnização a pagar ao treinador, recordando que o CD Trofense está a passar por «grandes dificuldades».

Os problemas de tesouraria são do conhecimento público: a Direção nega a existência de salários em atraso, mas reconhece que não tem cumprido os prazos «até aqui normais e plausíveis» no pagamento aos fornecedores.

No sábado, numa visita ao CD Trofense do secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre, a convite de António Leitão, a Comissão Administrativa procurou sensibilizar o Governo para a comparticipação nas obras que faltam para finalizar a remodelação do estádio e complexo desportivo.

Dias antes, em entrevista a um jornal local, António Leitão fez um balanço «positivo» da sua gestão, desde julho, mas admitiu «insuficiências para garantir a continuidade do clube a curto prazo».

«Apesar de termos realizado um considerável e significativo emagrecimento no orçamento para o futebol profissional e realizado cortes nas despesas correntes do clube, as receitas efetivas ficam longe das receitas inicialmente previstas e são insuficientes para garantir a estabilidade do clube no curto prazo», disse.

Segundo o dirigente, o «compromisso inicial» do clube para com os fornecedores tem sido «inviabilizado» pela «atual insuficiência de receitas ao nível da sponsorização, da quotização, da publicidade e da venda de lugares anuais».

António Leitão sucedeu a Rui Silva, um presidente que tinha investido, a título pessoal, cerca de cinco milhões de euros no clube.