António Freitas anunciou esta quarta-feira a retirada da candidatura à presidência do Desportivo das Aves, da II Liga de futebol, "dada a venda de 90 por cento da SDUQ não ter chegado para pagar o passivo do clube".

Reconhecendo no comunicado enviado à agência Lusa que "sem a venda da SDUQ (Sociedade Unipessoal por Quotas) a estes ou outros investidores, a equipa não iria reunir as condições para competir nas ligas profissionais de Portugal, pela primeira vez na sua história", António Freitas lembrou "que mais de 80 por cento do passivo é exigível no imediato", tendo "alguns credores já avançado com ações judiciais".

Segundo o ex-candidato, o passivo do Aves "ronda os 1,4 milhões de euros", a que acrescia um valor a rondar os "750 mil euros relativos ao futebol profissional e que foram assumidos pela SDUQ e saldados no momento em que se deu a transformação em SAD através da alienação de 70 por cento da gestão do futebol profissional".

A esteve valor, segundo António Freitas, acresceram mais "50 mil euros relativos aos restantes 20 por cento da alienação", valor que "foi abatido ao passivo do clube".

"A minha candidatura à presidência do Clube Desportivo das Aves resultou de uma decisão individual, depois de ouvir um conjunto de pessoas com passado relevante na história do clube, história essa que infelizmente parece querer fazer-se esquecer ou minimizar", pode ler-se no comunicado.

O presidente honorário, que foi o primeiro a lançar uma candidatura às eleições previstas para o final de janeiro de 2016, disse sentir "uma profunda mágoa por alguém ter aproveitado este ato eleitoral para dividir os associados".

Defendendo que "idealmente, as eleições deveriam ter sido marcadas logo após a apresentação das contas relativa à época 2014/2015", altura em que se mostrou disponível para se candidatar, "ao não ter sido feito", considera que se "perdeu a oportunidade".

Neste cenário, o antigo presidente do Aves - que surgia na corrida com o atual líder, Armando Silva - entende ser "imperioso que a gestão do passivo seja a principal prioridade da próxima direção".

"Não receio eleições, mas não pactuarei com um ato em que o clube não sairá a ganhar, pois as minhas iniciativas não são compatíveis com um mandato de dois anos, que será marcado ainda pelas dificuldades financeiras resultantes da gestão dos últimos anos", lê-se ainda no comunicado enviado à Lusa.