O Atlético, despromovido ao Campeonato de Portugal de futebol, disse esta terça-feira que a operação ‘Jogo Duplo’, uma investigação sobre manipulação de resultados de jogos da II Liga de futebol, apanhou todos de surpresa.

Em comunicado, o clube diz que “não se revê em nada do que aconteceu” e que “não é desta forma” que entende a participação nas competições profissionais de futebol, dizendo que aguarda que “todas as investigações decorram de forma célere”.

O clube espera também que “quem tiver de ser penalizado o seja, sem prejuízo de quem está no futebol profissional, e particularmente na II Liga, de forma a valorizar quer a competição, quer a imagem de Portugal”.

Na mesma nota, o clube, que terminou o campeonato em 22.º, logo acima de dois dos clubes com jogadores alegadamente envolvidos, Oriental e Oliveirense, diz que o que aconteceu “não pode colocar em causa o trabalho feito até agora pela Liga na reabilitação da II Liga”.

Os 15 detidos no âmbito da operação ‘Jogo Duplo’, por suspeitas de manipulação de resultados de jogos da II Liga de futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores, começaram hoje a ser ouvidos em primeiro interrogatório judicial, em Lisboa.

As detenções pela Polícia Judiciária ocorreram no sábado, e entre os detidos estão quatro jogadores do Oriental de Lisboa, quatro futebolistas da Oliveirense, o presidente e o diretor do Leixões, além de outras cinco pessoas com ligações ao negócio das apostas desportivas.

Num comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicava que no processo investigam-se “factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e ativa na atividade desportiva”, envolvendo como suspeitos “dirigentes e jogadores de futebol” e outras com “ligações ao negócio das apostas desportivas”.

A operação ‘Jogo Duplo’ resultou nas detenções de quatro futebolistas do Oriental (João Pedro, André Almeida, Rafael Veloso e Diego Tavares), outros tantos da Oliveirense (Luís Martins, Pedro Oliveira, Ansumane e Hélder Godinho) e mais dois que alinharam na equipa de Oliveira de Azeméis esta época (Moedas e João Carela), agora no Estarreja.

O presidente da SAD do Leixões, Carlos Oliveira, e o diretor desportivo, Nuno Silva, o ex-futebolista Rui Dolores. ‘Aranha’ e Custódio, dois elementos associados aos SuperDragões, claque do FC Porto, também foram detidos pela Polícia Judiciária.

Os detidos são suspeitos de “manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores”, esclarece ainda a nota da PGR.

A operação ‘Jogo Duplo’ realizou buscas em 30 locais e envolveu mais de 70 inspetores e as detenções aconteceram depois dos jogos da última jornada da II Liga.