O Belenenses, da Liga 3 de futebol, acusou hoje a BSAD, da II Liga, de dever valores de direitos de formação de jogadores formados no clube e de apenas pagar quando fica impedida de inscrever atletas.

“O Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ informa que a BSAD – Sociedade Desportiva de Futebol, SAD é devedora ao Belenenses de importâncias diversas relativas a direitos de formação desportivos de vários atletas formados no clube”, disseram, em comunicado.

A direção do clube do Restelo, presidida por Patrick Morais de Carvalho, indica que “a BSAD nunca procedeu a qualquer pagamento de forma voluntária, obrigando, por essa razão, o Belenenses a recorrer às instâncias judiciais e Comissões de Arbitragem da FPF [Federação Portuguesa de Futebol]”, o que cria “um desgaste desnecessário a nível de recursos humanos e financeiros” por parte das duas entidades, “que seriam evitáveis”.

“A BSAD apenas paga quando fica impedida de registar novos contratos e de inscrever jogadores”, apontou o Belenenses, dando o exemplo do pagamento, efetuado em 09 de agosto de 2022, dos direitos de formação de Nilton Varela, no valor de 30.181,32 euros, “para assim poder ultrapassar o impedimento de inscrições cristalizado na FPF”.

A formação da Liga 3 frisou que, na atual janela de transferências de janeiro de 2023, a BSAD encontrava-se também impedida de registar novos contratos e inscrever atletas, o que levou à receção, hoje, de 42.364,95 euros, relativos aos direitos de formação dos atletas Álvaro Ramalho, Nuno Tomás e Tomás Castro, este apenas de 30% dos direitos.

“O Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ informa que correm, na Comissão de Arbitragem da FPF, processos similares contra a BSAD, que se esperam decididos durante o atual mês e os meses seguintes, até ao final da presente época desportiva, respeitantes ao pagamento dos direitos de formação de mais uma série de atletas”, concluem na nota.

Em causa, estão os direitos de formação dos defesas Jójó, Tomás Ribeiro, Samir Banjai, Luca van der Gaag, Henrique Pires e André Lopes, dos médios Tomás Gutierres, Braíma Sambú e Rodrigo Ramos e dos avançados Edgar Pacheco, Gonçalo Agrelos e Luís Mota, que atingem, de acordo com o Belenenses, uma quantia aproximada de 210 mil euros.

O Belenenses e a BSAD, antiga SAD dos ‘azuis’, estão afastados desde o início da época 2018/19, quando terminou o protocolo de utilização do Restelo por parte da sociedade de Rui Pedro Soares, que mudou a equipa profissional para o Estádio Nacional, Oeiras.

A Codecity comprou 51% da SAD do Belenenses em 2012, mas as duas partes entraram em litígio e sucederam-se várias ações em tribunal, com o clube a tentar impedir que a SAD usasse o seu nome e símbolos, tendo vendido, em julho de 2020, os restantes 10% de capital que ainda detinha na sociedade, até que se deu a cisão final entre entidades.

O Belenenses ocupa atualmente o quarto posto da Série B do terceiro escalão, com 20 pontos, ao passo que a BSAD segue na 16.º e antepenúltima posição da II Liga, com 12.