O presidente da Câmara de Tondela disse esta segunda-feira que o recurso a um empréstimo é a operação mais sensata para investir dois milhões de euros no Estádio João Cardoso, que na próxima época recebe a primeira liga de futebol.
O investimento rondará os dois milhões de euros e poderá ser suportado pelo município, apesar de o equipamento ser propriedade do Clube Desportivo de Tondela.
"O Estádio João Cardoso é propriedade do Clube Desportivo de Tondela, mas o Município de Tondela tem um direito de superfície, o que lhe permite realizar as infraestruturas e as obras necessárias para o posicionar num patamar em que seja um dos palcos mais importantes da região Centro. Prevê-se que as obras rondem os dois milhões de euros", revelou José António Jesus.
Em declarações à agência Lusa, o autarca de Tondela explicou que nas últimas semanas foram sendo trabalhados os cenários possíveis associados a uma eventual subida do Clube Desportivo de Tondela à primeira liga de futebol, o que acabou por concretizar-se no domingo, com o primeiro lugar alcançado, à frente do União da Madeira, também de regresso ao campeonato principal.
"Estando praticamente a meio do ano civil e estando o Orçamento e as Atividades devidamente estabilizados não faria sentido que, para executar estes trabalhos [no Estádio João Cardoso], fossem postas em causa outras estratégias, nomeadamente ou os protocolos com as freguesias ou os protocolos com o movimento associativo, cultural, social ou recreativo. Isso levou-nos a desenhar uma estratégia, em que nos poderemos apoiar num empréstimo", informou.
No seu entender, o recurso ao empréstimo bancário "é a operação mais sensata, equilibrada e financeiramente mais desejável" para poder executar as obras necessárias para que o Estádio João Cardoso tenha condições mínimas para acolher um jogo da primeira liga.
"Vai permitir compatibilizar os vários investimentos, quer os que estamos a fazer e que são estratégicos para o concelho, mas também este investimento nas infraestruturas do estádio", alegou.
Sobre as obras, José António Jesus adiantou pretender que decorram de forma faseada, contando com vários graus de intervenção.
"Numa primeira fase, as obras que consideramos mais relevantes e urgentes prendem-se com a melhoria da iluminação do próprio estádio, na medida em que tem iluminação suficiente para permitir jogos noturnos, mas para efeitos de transmissão televisiva tem de ver aumentada a intensidade de iluminação. Entre os trabalhos mais urgentes e prioritários, que serão feitos de imediato, está também o controle de entradas e o circuito de vídeo vigilância", revelou.
De acordo com o autarca, haverá também "necessidade de reposicionar o próprio campo, para que numa segunda fase possa arrancar a construção de bancadas".
"Diria que é uma intervenção faseada e que não porá em causa o arranque do campeonato e a possibilidade de ocorrerem logo de início jogos no Estádio João Cardoso. Essa é para nós uma questão fundamental, pois não faria sentido que as obras fossem executadas sem que, ao mesmo tempo, aqui pudessem decorrer jogos, com as devidas condições de segurança", sublinhou.
A chegada do Desportivo de Tondela ao "convívio com os grandes" traz também muitas expectativas em termos económicos, centradas principalmente na hotelaria e na restauração.
"O turismo desportivo e o turismo de deslocação de massas é uma vantagem acrescida para toda a região. Naturalmente que o Tondela com esta vitória abre também as portas a que toda a região seja beneficiada nessa perspetiva, sendo o motor e o indutor desse desenvolvimento", considerou.
Contactado pela Lusa, o presidente da concelhia do PS de Tondela, Joaquim Santos, mostrou-se "muito satisfeito com o feito histórico da subida do Tondela ao primeiro escalão de futebol nacional".
"Vai efetivamente haver necessidade de se fazerem obras no Estádio, que é do Clube Desportivo de Tondela. Agora, coloca-se a questão de quem vai suportar as obras que são necessárias fazer, merecendo este aspeto uma ampla discussão, não só dos partidos, mas uma discussão pública", concluiu.
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