A subida direta ao primeiro escalão, reservada apenas aos dois primeiros classificados da II Liga, foi discutida ‘taco a taco’ até à derradeira ronda com Rio Ave e Desportivo de Chaves, mas os ‘gansos’ conseguiram lograr o regresso do histórico clube lisboeta.
A goleada imposta ao Leixões (5-1), na última jornada, com golos de Zach Muscat (10 minutos), João Vieira (12), Jota (16 e 39) e Derick Poloni (90+3) 'carimbou' a promoção da equipa, enquanto segunda colocada, com 68 pontos, apenas atrás do campeão Rio Ave, com 70, que venceu os flavienses por 3-0, relegando-os para o 'play-off' de subida, com o 16.º e antepenúltimo colocado da I Liga, o Moreirense.
Veja as melhores imagens da festa da subida à Liga do Casa Pia e Rio Ave
A única participação do Casa Pia na I Liga remonta à longínqua temporada 1938/39, a primeira sem a designação de Liga Experimental, na qual terminou no último lugar, com apenas dois pontos totalizados, resultantes de somente um triunfo e 13 derrotas.
Agora, 83 anos depois, os comandados pelo treinador Filipe Martins estiveram sempre nos lugares de topo da II Liga e, aliando a grande consistência defensiva a um ataque irreverente, confirmaram a subida em Matosinhos.
O escasso número de golos sofridos durante a prova (22) deveu-se, sobretudo, ao esquema tático composto por três centrais – o maltês Zach Muscat, o ‘capitão’ Vasco Fernandes e o bósnio Nermin Zolotic -, à frente do muito experiente guarda-redes Ricardo Batista.
Com o brasileiro Ângelo Neto a pautar o ritmo no meio-campo e o compatriota Lucas Soares no flanco, o jovem Leonardo Lelo foi um dos grandes esteios, na ala esquerda, enquanto os dianteiros Jota Silva (11 golos) e o nigeriano Saviour Godwin (10) foram os ‘artilheiros’.
Curiosamente, o Casa Pia perdeu duas das três rondas inaugurais da II Liga, mas entrou rápido ‘nos eixos’ e somou uma sequência de 10 encontros sem perder – sete triunfos e três empates -, que deixou a formação casapiana nas posições de disputa da subida.
Seguiu-se uma fase com três desaires em cinco partidas, porém os lisboetas voltaram a recuperar o bom momento e, com seis triunfos e uma igualdade nas rondas seguintes, cimentaram o estatuto de candidato à subida, que ainda se complicou com as derrotas com Desportivo de Chaves (4-1), Varzim (1-0) e Rio Ave (1-0), já na etapa final.
A entrada do investidor norte-americano Robert Platek no clube acabou por ser o fator determinante para o sucesso, tendo se efetuado depois da subida às ligas profissionais em 2018/19 – na estreia de Rúben Amorim como treinador -, e de uma primeira época penosa na II Liga (2019/20), em que o Casa Pia terminou nos lugares de descida, mas ‘salvou-se’ com as descidas ‘na secretaria’ de Desportivo das Aves e Vitória de Setúbal.
O clube dispôs de ‘nova vida’ no segundo escalão e o investimento permitiu formar um plantel competitivo e com melhores condições no Estádio Pina Manique, para além de uma reestruturação organizativa, terminando na nona posição na temporada transata.
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