O presidente do Santa Clara disse à agência Lusa que, na sequência da homologação do plano de insolvência, o conselho do Santa Clara reúne-se "para comunicar as linhas mestras do plano aprovado a 17 de março".
"Passar essa informação e partilhar com as pessoas sobre os números que estão em cima da mesa e quais os passos que podemos dar de acordo com o plano para ultrapassarmos o mais rápido possível esta fase critica que o clube atravessa", reconheceu Mário Batista.
Em causa, está uma dívida que ascende aos sete milhões de euros, com dois grandes credores que são o Banif e o Santa Clara SAD, e que o presidente pretende explicar aos conselheiros e órgãos sociais como será saldada, tendo em conta o previsto no Plano de Insolvência.
"A grande novidade passará por transferir três milhões de euros para o Santa Clara SAD e os restantes dois milhões de euros podermos pagar em 10 anos ou através da venda do património que não está a ser útil e temos todo o interesse na sua alienação para podermos amortizar esse número", afirmou o presidente da formação açoriana em relação à divida ao Banif, que se estima em cinco milhões de euros.
Os bens do Clube Desportivo Santa Clara estão avaliados em 1,940 millhões de euros e consistem num terreno, um ginásio, a sede do clube e cinco apartamentos.
Os restantes 2,5 milhões de euros da dívida do clube serão para pagar à SAD num prazo de 30 anos e que pode ser prorrogado por outros períodos.
"É uma verba que temos de ver em protocolo com direitos de imagem, direitos desportivos e que vamos vendo com a SAD e, sendo do universo Santa Clara, não faz sentido que a SAD vá em algum momento criar problemas enquanto continuar esta liderança", sublinhou.
No remanescente da dívida estão "valores simbólicos", segundo o presidente para pagar à segurança social e ao fisco e que ficará saldado até ao final de maio.
O clube tem também a receber um milhão de euros relativamente a processos internos, que quer ver resolvidos o mais breve possível.
"Temos valores a receber, temos aqui algumas situações em que temos de promover os respetivos processos para receber um milhão de euros, que tem a ver com processos internos, clientes e, conjuntamente com o administrador de insolvência, vamos tentar resolver para recebermos essas verbas", disse.
Mário Batista vai dizer ainda aos sócios "que o plano precisa de ser executado com sucesso", para só depois se promoverem eleições no clube.
"Se nós rapidamente, em dois ou três anos, conseguirmos ultrapassar 90% desses dossiers, penso que existem condições para avançar com esse desejo, que nós próprios também temos", disse.
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