Nas contas aprovadas, que registaram uma única abstenção, e referentes à última época, a primeira gerida pela actual Direcção liderada por Cruz Marques, as despesas apuradas atingiram os 3,267 milhões de euros, contra 3,116 milhões de proveitos e ganhos.

Os custos e perdas do exercício anterior atingiram 3,531 milhões de euros, verificando-se, na última época, uma redução de 264 mil euros.

Embora o documento revele um aumento da dívida de 9,114 milhões de euros para 11,052, o documento aprovado na Assembleia-Geral adianta que, na prática, se assistiu a uma redução, uma vez que o valor apurado para a época 2008/09 não contabiliza ainda o subsídio de 2,1 milhões de euros do Governo Regional, afecto à liquidação do passivo. Deduzido esse montante, regista-se uma dívida efectiva de 8,952 milhões de euros, segundo o documento.

Pronunciou-se, igualmente, e com uma única abstenção, pela expulsão do clube do antigo dirigente Pedro Castanheira, condenado por abuso de confiança agravado.

A decisão resultou de uma proposta da Direcção com base no pressuposto de que não fazia sentido manter no clube "um sócio condenado pelo Tribunal por um crime associado a uma intervenção que lhe foi prejudicial".
Pedro Castanheira, antigo vice-presidente e director desportivo do Santa Clara, foi condenado a três anos de prisão, com pena suspensa por um ano, na condição de pagar 150 mil euros ao clube.

Segundo considerou o Tribunal, esse montante corresponde à verba desviada do Santa Clara e que se destinava ao pagamento da segunda prestação do passe desportivo do avançado Ceará a um clube brasileiro.

A deliberação hoje assumida pela Assembleia-Geral admite, porém, a possibilidade de Pedro Castanheira pedir o regresso ao clube se liquidar, até Janeiro, a verba que o Tribunal o obrigou a devolver.

A AG do Santa Clara aprovou também, por unanimidade, a composição do novo Conselho Santaclarense, um órgão de carácter consultivo, cujos membros são propostos pelos dirigentes do clube.