O selecionador nacional de sub-20, Ilídio Vale, mostra-se favorável à criação de equipas B, que «podem ter um papel importante», mas alerta para o facto de, por si só, não ser uma solução para preencher o vazio competitivo entre o último ano de juniores e o futebol de elite.
«Vem preencher um vazio entre o último ano de juniores e o futebol de elite, mas por si só não chega. É preciso ter conteúdos de treino o mais similares possíveis com o futebol de elite, assim como a competição. É fundamental um melhor treino, uma melhor competição com estímulos mais fortes. Há jogadores que sentem essa mudança [entre formação e futebol profissional] e que não aguentam. Cabe ao treinador melhorar a força mental, a agressividade, a autodisciplina», frisou o técnico durante o Fórum do Treinador e sobre a questão “Para quê a formação de jovens sem rampa de lançamento para séniores”.
Para as equipas B funcionarem, Ilídio Vale acredita que é necessário que «os clubes tenham uma política clara do que a formação representa», já que «as equipas B podem resolver alguns problemas que a formação não resolveu».
«No Mundial de sub-20, por exemplo, tive três jogadores tiveram tanto tempo de utilização numa época como todos os outros. Foram capazes de ter prestações interessantes e o que aconteceu a seguir? Há jogadores que depois de experimentarem altíssimos níveis, a quem foram dados estímulos competitivos que depois não vão viver, condiciona a evolução dos jogadores», explicou.
Para o selecionador, é necessário que se fale «em continuidade e não transição» quando se fala da passagem de jogador de formação a futebolista profissional.
Numa altura em que se fala de proteção ao jogador português, dado o número elevado de estrangeiros no futebol português, Ilídio Vale não gosta da palavra «proteção», apenas reclama «condições para que o jogador expresse o seu talento ao mais alto nível».
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