O treinador de futebol do Desportivo das Aves, José Mota, disse hoje que quando assumiu funções percebeu que "o grupo tinha perdido a confiança" devido a quatro desaires consecutivos e precisava de "uma nova filosofia".
José Mota substituiu Ivo Vieira e orientou pela primeira vez no desaire frente ao Sporting B (2-1), para a 29.ª jornada, tendo depois somado dois empates consecutivos.
Esses primeiros resultados, portanto, não foram encorajadores, mas o técnico diz que já vislumbrou mudanças que lhe agradaram, tanto "em termos exibicionais" como na "vontade de mudar" que os jogadores mostraram.
Depois disso, o Desportivo das Aves apenas perdeu mais um jogo, fora e com o líder, Portimonense, e no domingo passado festejou a quarta subida à primeira divisão desde que foi fundado em 1930, ao empatar 2-2 na Madeira com o União.
José Mota salientou que "a II Liga é um campeonato extremamente difícil, em que existem clubes que, no início, têm projetos para tentar subir de divisão e depois acabam, muitos deles, a lutar para não descer".
"É preciso muita estabilidade" a vários níveis e esse é "um aspeto que o Aves tinha", segundo Mota.
O técnico olhou para trás e viu uma equipa que "começou muito bem", chegou até a ter 15 pontos de avanço sobre o terceiro classificado, a Académica, com 23 jornadas disputadas e depois, "de um momento para o outro", acumulou resultados negativos entrou em crise profunda.
Mesmo assim, contudo, o Aves manteve o segundo posto, mas "a falta de confiança" estava bem à vista e "era evidenciada não só nos resultados, mas principalmente a nível exibicional", de acordo com o diagnóstico então feito por José Mota.
"Os responsáveis perceberam que era preciso fazer algo", observou.
O treinador explicou que procurou "fazer ver aos jogadores que não podiam parar e pedir tempo".
"A equipa precisava de uma vitória urgente", que chegou, muito a custo, na receção ao entretanto despromovido Olhanense.
Mas daí para a frente o Aves reencontrou-se com os bons resultados e o técnico destaca que disse aos jogadores que "a equipa dificilmente voltaria a perder", porque, explicou também, "a confiança e a determinação" estavam de volta.
"Os jogadores reagiram muitíssimo bem", a equipa consolidou o segundo lugar e reduziu distâncias para o líder Portimonense e a três jornadas do fim garantiu a promoção, para grande alegria dos seus adeptos, que sublinharam o feito com um festa de arromba logo no própria dia.
José Mota afirma que, "sem dúvida alguma, as duas equipas que subiram, o Desportivo das Aves e o Portimonense, foram as melhores da II Liga".
Na época anterior, recorde-se, o técnico assumiu funções no Feirense com a época já em marcha e com a equipa no sexto lugar, acabando por a conduzir também à I Liga.
O próximo objetivo é o Aves vencer a II Liga, o que passa desde logo por ganhar os jogos que lhe faltam, com o Penafiel, o Cova da Piedade e o Fafe, e "esperar por um deslize do Portimonense", que lidera a prova com mais dois pontos.
"Já fui campeão da II Liga duas vezes, ambas em Paços de Ferreira, em 1999/2000 e em 2004/2005", recordou José Mota, argumentando que "subir de divisão é uma conquista importante, mas ser campeão dá outro alento".
"Tem-se direto a uma faixa e a um troféu e isso são recordações para toda a vida", assinalou.
Sobre o seu futuro, diz nada saber e que isso não o preocupa.
"O Aves é um bom clube, com estabilidade a todos os níveis. Pode chegar à I Liga, impor-se e ficar muitos anos, porque tem todas as capacidades", elogiou.
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