Ao assumir a presidência de um clube que se deparava com problemas financeiros e em que a descida de divisão era quase certa, João Pinho de Almeida, já então envolvido na direcção do clube, não teve receios e aceitou o convite. “Não era um sonho de criança” ser o líder máximo de um clube, “não era coisa que passasse pela cabeça”. O Belenenses é “uma paixão”, ali jogou “futebol federado”, como contou ao Sapo Desporto.
Muitos dos seus colegas do Parlamento, onde mantém o cargo de deputado, foram rápidos a considerar que João Pinho de Almeida “não estava bom da cabeça”, ao aceitar assumir mais um cargo, “que não havia necessidade”. O dirigente teve de explicar que “a paixão” às vezes fala mais alto, mas compreende que eles não entendam.
Conhecido do grande público pelas suas funções políticas, nomeadamente como secretário-geral do CDS, João Pinho de Almeida não receia ser visto como mais um politico que envereda pelo mundo do futebol, porque, garante, quanto muito a sua vida vai “do futebol para a política” e não o oposto, ao contrário do que se pensa, “mas era tão novo que se calhar não deram por isso”.
Quase a completar 35 anos, a idade também não é problema nas relações quer com os seus jogadores, quer com outros dirigentes de outros clubes.
Com as eleições a realizarem-se às portas do verão, a coincidirem com o fim dos trabalhos parlamentares, pouco depois, e já sem férias, o jovem presidente do Belenenses dedicou-se inteiramente ao clube, um dos mais emblemáticos do país, em geral, e de Lisboa, em particular. Ao fim de dois meses, e uma semana depois de começar o campeonato, João Pinho de Almeida faz “o balanço do realismo”, já que “ainda não se fazem milagres”, e “não foi isso que se prometeu”, mas com “dedicação total” vai-se chegar a bom porto.
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