Carlos André Gomes pediu hoje “respeito e justiça” à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), garantindo, no seu primeiro discurso oficial como presidente do Marítimo, que a sua direção será defensora da verdade desportiva.

A tomada de posse dos novos órgãos sociais do emblema madeirense, eleitos em 17 de novembro, com 71,8% dos votos, ficou marcada pela mensagem que o agora presidente da instituição ‘verde rubra’ deixou à LPFP, num evento que contou com a presença do dirigente máximo do órgão que tutela o futebol profissional, Pedro Proença.

Carlos André Gomes frisou que não irá permitir “animosidades regionais, nem implícitas motivações para uma concentração do desporto rei no território continental, excluído as regiões autónomas da Madeira e dos Açores”, indicando ainda que não pede tratamentos de exceção, apenas “respeito e justiça pelo esforço e trabalho de comunidades que pretendem elevar a dimensão nacional e representatividade da modalidade além-fronteiras”.

“Trabalho sério, rigoroso e de excelência impõem-se dentro de portas. Este é o nosso compromisso e é também a nossa exigência para connosco, mas não pode ser condicionado por amadorismo, nem por atuações pouco cuidadas, nomeadamente, no campo das arbitragens, razão pela qual se apela a um olhar atento sobre os últimos acontecimentos no plano desportivo”, referiu o novo presidente.

Segundo o candidato da lista A, vencedora nas eleições antecipadas do emblema maritimista, “situações como as verificadas no último jogo da equipa principal não serão toleradas, nem aceites”, sublinhando que a sua direção será defensora ativa da verdade desportiva, referindo-se ao último encontro que culminou com o desaire dos insulares por 2-1, diante do Torreense, no qual terá ficado uma grande penalidade por marcar.

O 36.ª presidente da história do Marítimo garantiu ainda que o “entusiasmo próprio de uma vitória não deve ensombrar ou fazer esquecer a situação grave em que o Marítimo se encontra”, lembrando que a crise desportiva, após a queda à II Liga 38 anos depois, trará, consequentemente, uma crise financeira, “cujas proporções serão conhecidas no seu devido tempo”.

Segundo o presidente da LPFP, Pedro Proença, que marcou presença na tomada de posse da nova direção e discursou antes do novo dirigente maritimista, o “Marítimo não está no lugar onde deveria estar”.

“O Marítimo não está no lugar onde deveria estar. Tenho plena convicção que merece estar na I Liga do futebol português e estará com certeza, por mérito próprio”, sublinhou, enfatizando que o emblema madeirense “representa uma das seis maiores marcas do futebol português, uma marca nacional, mas que é também uma marca internacional”.

O presidente que hoje deixou a função, Rui Fontes, não marcou presença no evento que decorreu na tribuna presidencial do Estádio do Marítimo, ao contrário do seu antecessor, Carlos Pereira, que liderou o Marítimo ao longo de 24 anos, tendo saído derrotado nas eleições de há dois anos.

“A nota importante que foi transmitida pelo novo presidente e também pelo presidente da Liga, prende-se no regresso rápido do Marítimo à I divisão e para isso acontecer penso que terá que haver a ajuda de todos para traçarmos um rumo para esta instituição”, afirmou Carlos Pereira, na sua primeira aparição em eventos do clube, após ter deixado a presidência em 22 de outubro de 2021.