O bilhete de identidade de Tonel assinala 34 anos, mas a experiência acumulada em clubes de relevo, como Académica, Marítimo, Sporting, Dínamo Zagreb e Beira-Mar não tem sido suficiente para evitar os maus resultados do Feirense. Em entrevista ao SAPO Desporto, o central considera, porém, que a equipa tem capacidades para deixar o último lugar da II Liga, com apenas três pontos em oito jogos.

“É verdade que estamos em dificuldades. Temos um plantel jovem e sem grande andamento de II Liga. Somos uma equipa que gosta de jogar o jogo pelo jogo e tem tido dissabores com isso. Não somos uma equipa típica da II Liga. O Feirense procura jogar à bola em qualquer campo e dar espetáculo, mas as vitórias não têm aparecido. Penso que um triunfo nos irá libertar e elevar os níveis de confiança dos jogadores”, afirma o defesa português.

Ciente do peso do seu passado ao lado de tantos jovens na formação comandada por Pedro Miguel, o internacional luso refere que tenta “serenar os mais novos quando os resultados não aparecem”. “É difícil trabalhar o lado psicológico com derrotas. Acredito que vamos melhorar e ninguém desce de divisão em outubro.

O campeonato é longo e ainda tem muitos jogos pela frente”, acrescenta.

Tonel advoga ainda uma maior eficácia na finalização como solução para o clube sair do ciclo negativo. “A equipa já estabilizou um pouco em golos sofridos. Já defendemos melhor, estamos mais compactos e só falta mais eficácia. O golo no futebol faz toda a diferença, porque do ponto de vista de atitude ninguém nos pode dizer nada”, explica.

Por fim, o fim que se adivinha no horizonte. A veterania ainda não se faz sentir muito nas pernas, embora o central admita que o final da carreira está cada vez mais próximo. “Já penso um bocadinho no fim da minha carreira. Ainda penso pouco, porque quero estar focado no que estou a fazer e temos muitos jogos pela frente. Mais para a frente é natural que pense, mas agora não. Será um momento triste para mim e não sei se será este ano ou no próximo, mas sinto-me bem. Enquanto houver vontade e pernas, irei continuar”, conclui.