O regresso do Académico de Viseu à II Liga de futebol está a gerar grandes expectativas na cidade, onde se espera que o clube dê passos consolidados e firmes que permitam futuramente ascender ao escalão principal.

«O Académico deve é estar na I Liga, mas não pode entrar em loucuras e dar um passo maior do que a perna, que foi aquilo que se fez noutros tempos e que se faz de vez em quando noutras regiões do país», defendeu o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, em declarações à agência Lusa.

O autarca lembrou que, no espaço de poucos anos, o Académico (sucessor do CAF – Clube Académico de Futebol, que faliu) passou dos campeonatos distritais para a II Liga.

Na próxima época «já estará numa prova com dimensão e espero, sinceramente, que não pare por aqui», afirmou, convencido de que o clube «está a fazer um bom trabalho, quer na formação, quer na gestão».

«Portanto, eu estou muito mais esperançado que, desta vez, seja para durar», sublinhou Fernando Ruas, para quem esta subida tem «um significado especial», porque foi jogador do clube na década de 60.

O mesmo desejo tem o presidente da Associação de Futebol de Viseu (AFV), José Alberto Ferreira.

«Isto é o renascer de um leão que esteve demasiado tempo adormecido no seio do desporto regional. É com agrado que o vemos subir, esperamos é que seja um processo sustentável, que perdure no futuro, que possa consolidar-se na segunda liga e depois caminhar com passos seguros para a afirmação no seio do futebol nacional», afirmou.

José Alberto Ferreira lembrou as alegrias que, no passado, o Académico deu à cidade, fazendo votos para que se repitam.

«Sendo esta uma região que gosta de futebol, é importante vermos um clube ascender ao segundo escalão do futebol profissional, com todos os aperitivos que isso traz, quer do ponto de vista desportivo, quer da promoção da cidade e da região», frisou, acrescentando que irá também «aumentar o peso institucional» da AFV no panorama do futebol nacional.

O presidente do Académico, António Albino, admitiu que, passado o dia de domingo, onde viveu «um extravasar de alegrias e emoções», já pensa no próximo jogo e na próxima época.

«O Académico de Viseu vai entrar na luta como todos os outros. Não conheço este patamar, tenho que palmilhar e saber que passos tenho de dar para que tenhamos sucesso», referiu.

António Albino lembrou que esta é uma caminhada «que partiu do zero», mas que o objetivo da subida à II Liga tinha ficado traçado logo no início da época.

«Não foi fácil, porque atravessámos o deserto todo. Tive de mudar de treinador, porque não conseguia cumprir os objetivos e depois fomos lutando, jogo após jogo», frisou.

O Académico de Viseu assegurou no domingo a subida à II Liga, ao empatar 1-1 no terreno do São João de Ver, no jogo da 29.ª e penúltima jornada da zona centro do campeonato nacional da II Divisão.

A equipa viseense beneficiou do empate a dois golos do Cinfães nos Açores, no campo do Operário, e manteve os três pontos de avanço face ao seu adversário, sobre o qual tem vantagem no confronto direto (vitória no Fontelo por 3-0 e derrota por 1-0 em Cinfães).