A SAD do Beira-Mar entregou esta semana um Processo Especial de Revitalização (PER) no Juízo do Comércio de Aveiro, disse hoje à Lusa o advogado de Majid Pishyar, acionista maioritário.
Em declarações à agência Lusa, o advogado Miguel Azevedo Brandão disse que a apresentação do PER tem como objetivo a «renegociação global de todas as dívidas anteriores e posteriores ao início da gestão da SAD».
«O PER foi para obstar a que a SAD seja constantemente atacada, nomeadamente com arrestos e penhoras de antigos dirigentes», afirmou o causídico.
O advogado que defende a posição do iraniano Majid Pishyar confirmou ainda a «falta de liquidez» da SAD, adiantando que os jogadores têm um mês de salários em atraso e os funcionários dois meses.
O PER consiste num plano de auxílio a devedores que se encontram em situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente iminente, mas que ainda seja suscetível de recuperação.
Através deste processo, serão estabelecidas negociações com os respetivos credores, tendo em vista um acordo entre as partes, que permita a revitalização do devedor.
A apresentação do PER tem como consequência a suspensão de todas as ações em curso destinadas à cobrança de dívidas contra a SAD, nomeadamente a providência cautelar interposta pelo ex-presidente do clube Mano Nunes.
O ex-dirigente do clube da II Liga reclama o pagamento de cerca de 85 mil euros, referente a encargos assumidos com um empréstimo bancário contraído pelo clube, que tinha como avalistas o requerente e outro dirigente.
Outra das consequências do PER é a suspensão do processo de insolvência movido pela direção do clube que reclama créditos no valor de cerca de três milhões de euros.
Entretanto, a Assembleia Geral da SAD do Beira-Mar, que estava convocada para hoje a pedido do clube, não chegou a realizar-se por falta dos representantes dos acionistas maioritários.
O presidente da Assembleia Geral, Artur Moreira, deverá marcar nova reunião para submeter à discussão e votação o relatório e contas da época passada.
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