A SAD e a direção do Beira-Mar anunciaram hoje que chegaram a acordo para o pagamento da dívida entre as partes, encerrando um período de divergências que culminou com o pedido de insolvência da SAD, então com outra administração.

Em conferência de imprensa, Omar Scafuro, atual presidente da nova SAD aveirense, e António Regala, presidente da direção, explicaram alguns dos contornos do acordo que estabeleceram após cerca de dois meses de negociações.

Para a SAD "aurinegra", e nas palavras de Scafuro, este acordo permite, no imediato, "parar com a ação de insolvência para fechar o Plano Especial de Revitalização no Tribunal de Aveiro" e "ter a possibilidade de cobrar".

"Este clube sobreviveu até março, e foi o único da II Liga sem ter podido utilizar nem um cêntimo do direito televisivo", acrescentou o líder da SAD, que referiu que "o importante agora é capitalizar o clube".

Sem ter definido uma quantia a investir, Scafuro adiantou que até à data "foram injetados cerca de 950 mil euros no Beira-Mar", para fazer face às despesas mais urgentes, e que em breve o investidor espera retorno.

Já António Regala mostrou-se satisfeito com o acordo alcançado, dizendo que "não foi apenas o acordo possível" e frisando que o entendimento "dá algumas garantias tanto ao clube, como à SAD".

O dirigente explicou: "o incumprimento das cláusulas pecuniárias de ambas as partes é penalizado com a cedência ao clube de ações em dobro sobre o valor do hipotético incumprimento".

De entre os principais aspetos do acordo, Regala destacou, "sob o ponto de vista estratégico, a possibilidade de os sócios, no próximo ano, adquirirem cinco por cento das ações da SAD".

O documento estabelece ainda que "o clube passa a ter uma percentagem na transação dos jogadores da formação, mesmo em futebol de sete" e que "passa a existir o direito de preferência para ambos os acionistas no caso de venda de ações".

Regala informou também que, "a partir do próximo ano, o Beira-Mar voltará a ser representado pelo emblema com a águia" e que, "a partir do próximo jogo em casa, os sócios de lugar cativo passam a ter estacionamento no parque VIP 4".

Para concluir, o dirigente quis sublinhar as dificuldades que o clube de Aveiro enfrenta, dando conta de uma "conta de cerca de 250 mil euros e que se prende com mais-valias sobre a venda do terreno das piscinas".

Apesar do momento conturbado, Regala mostrou-se otimista, relevando que acredita que o acordo "é mais um passo para a construção de um novo futuro para o clube e de um só Beira-Mar" concluiu.