O Santa Clara foi apresentado hoje oficialmente num "arraial santaclarista" e em clima de festa, à margem da polémica que tem envolvido o clube, com futebolistas e equipa técnica a conviverem com dezenas de adeptos do clube açoriano.
A situação de instabilidade na liderança da SAD ‘encarnada’, com Rui Melo Cordeiro e Mário Batista a debaterem-se em tribunal pela presidência, levou os jogadores do Santa Clara a emitirem esta semana um comunicado a demarcarem-se daquilo que chamam “bipartidarização” da SAD e assumindo-se como "alheios" à situação.
"Encaramos com alguma naturalidade essa tomada de posição porque também acaba por ser uma salvaguarda para os próprios jogadores”, admitiu Rui Melo Cordeiro aos jornalistas, na apresentação oficial da equipa, que decorreu hoje num jardim em frente à sede do Clube, em Ponta Delgada.
O ‘capitão’ Pacheco justifica essa tomada de posição devido à existência de "pressões e ameaças" para com os jogadores sem, no entanto, especificar de onde elas surgem.
"Eu, por enquanto, só posso dizer que isso existe na realidade e como devem calcular, a dada altura, não foi nada abonatório para o seio do grupo", admitiu Pacheco, ressalvando, no entanto, que existe um “bom ambiente” no balneário.
O avançado Hugo Santos, que na época passada vestiu a camisola do Desportivo de Chaves, está de regresso ao Santa Clara e manifesta a vontade de conseguir já uma vitória no jogo agendado para 02 de Agosto com o Atlético, para a Taça da Liga.
“Para mim, pessoalmente, é um orgulho enorme representar esta instituição e acredito que tudo isto se vai resolver e que vamos fazer um bom campeonato”, disse.
A equipa ainda não está fechada, sendo que segundo o presidente do clube e da SAD do Santa Clara “serão necessários mais três ou quatro jogadores”.
Quanto à questão financeira do clube, Rui Melo Cordeiro adiantou que até ao final da próxima semana estará garantido um financiamento entre 125 e 150 mil euros para fazer face às "despesas mais imediatas".
"É um financiamento que envolve algum sacrifício deste conselho de administração e também contará com o apoio de alguns sócios”, sublinhou o presidente.
Este financiamento garantirá, segundo Rui Melo Cordeiro, "um arranque de época mais tranquilo" até que recebam a tranche de 200 mil euros relativa à última tranche do contrato programa com o Governo Regional e que o executivo açoriano suspendeu até estar resolvido o diferendo relativamente à presidência do clube.
“Estamos a falar de dinheiros públicos, estamos a falar da promoção da palavra ‘Açores’, contamos que essa situação esteja brevemente clarificada para que também possamos desbloquear essa verba de 200 mil euros”, disse, referindo-se a uma verba que deveria ter chegado ao clube no passado dia 15 de julho.
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