Os sócios do Desportivo das Aves aprovaram na quinta-feira, por unanimidade, a proposta de transformação do atual modelo desportivo do clube da II Liga de futebol em sociedade anónima, bem como a sua abertura a capitais externos.
A decisão dos cerca de 150 associados do clube, reunidos em Assembleia-geral (AG) no salão nobre da Junta de Freguesia de Vila das Aves, aconteceu após cerca de duas horas de explicações e vai permitir entregar a gestão do futebol profissional a uma entidade externa ao clube.
"Estou muito satisfeito com a participação dos sócios, houve debate e penso, até pela votação final, que todos perceberam esta necessidade de acautelarmos o futuro, antes que a situação seja irreversível", disse à agência Lusa o presidente do Aves, Armando Silva.
O dirigente justificou esta opção com as "dificuldades crescentes" de angariar receitas e as "muitas dificuldades" que a direção por si encabeçada tem sentido para gerir o clube, admitindo ser "a solução para o Aves continuar nos campeonatos profissionais".
"Na última Assembleia, os sócios ratificaram as contas da época passada, que se saldaram por um prejuízo de 16.400 euros, mas é bom lembrar que vendemos um jogador (Fábio Martins) bem vendido (ao Sporting de Braga)", sublinhou.
Armando Silva lembrou ainda que o equilíbrio das contas tem sido conseguido à custa destas "receitas extraordinárias", recordando os negócios (anteriores) envolvendo Rafael Amorim, Mamadu ou Rabiola, embora tenha consciência de que "nem sempre se consegue vender".
"Naturalmente, fomos abordados e tivemos encontros com três possíveis investidores e, na próxima semana, vamos começar a trabalhar a sério para encontrarmos um parceiro", acrescentou o dirigente.
Armando Silva quis deixar bem claro que "o Aves tem muito património, que continuará a ser do clube, e não perderá identidade".
"Pretendemos apenas entregar a gestão do futebol profissional a uma entidade externa ao clube, que ficará com uma posição maioritária na sociedade", concluiu, escusando-se a adiantar pormenores sobre os investidores interessados na Sociedade Anónima Desportiva (SAD), a criar, entretanto, em substituição da atual Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ).
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