O treinador Filipe Martins revelou hoje que o Casa Pia conseguiu esconder as suas ambições da concorrência, apesar de ter percebido cedo que havia potencial na equipa para subir à I Liga de futebol.

“Andámos sempre camuflados, porque podíamos pagar caro essa fatura. Muitos jogadores vieram de escalões inferiores, vários deles nunca tinham jogado nos campeonatos profissionais e, por isso tudo, sabíamos que o grupo era heterogéneo e podia acusar a pressão”, contou, no intervalo dos festejos, em pleno relvado do estádio do Mar, em Matosinhos.

O Casa Pia tinha acabado de consumar a subida, após vencer por goleada o Leixões (5-1), num desfecho que o técnico anteviu como possibilidade bem cedo na prova.

“Fomos andando, sempre calados e humildes, mas o jogo que nos dá o clique é aquele em que virámos o resultado e vencemos aos 94 minutos o Nacional [sexta jornada, em 19 de setembro de 2021], em casa de um candidato”, sublinhou, sem deixar de dizer que “nunca se sentiu o grupo perdido nas derrotas”.

Afastado do grupo de trabalho durante algum tempo, devido a problemas de saúde, Filipe Martins confessou, com emoção, sentir-se “abençoado” por estar presente, antecipando um futuro risonho ao Casa Pia na I Liga, tendo em conta que é “um clube que está a modernizar-se todos os dias”.

Quem também passou no relvado, fazendo questão de cumprimentar todos os elementos do Casa Pia, foi o presidente Victor Franco, um homem feliz por ver a equipa regressar ao escalão principal 83 anos depois.

“Esperámos algum tempo, no qual fomos ultrapassando uns problemazinhos, mas conseguimos e é um orgulho para todos os casapianos. Confesso que eu era o mais pessimista de todos, já vi muita coisa acontecer no futebol e, por isso, posso dizer que pude respirar melhor após o apito final”, disse o responsável do Casa Pia.

Victor Franco confirmou obras imediatas no Estádio Pina Manique, para cumprir as regulamentações obrigatórias relacionadas com a lotação do recinto, um tema certamente do conhecimento da presidente da instituição, a primeira a dar-lhe os parabéns, com o jogo a caminhar para o fim.

O Casa Pia ganhou tranquilamente o jogo com o Leixões (5-1) e subiu à I Liga, numa festa que contou com um forte contributo de Jota, máximo marcador da equipa, com 11 golos, e um dos mais efusivos após o encontro.

“Chegámos ao último jogo a depender de nós, o que não é fácil, e fizemos as coisas muito bem feitas. Foi uma vitória do grupo e de todos e agora só temos de desfrutar do momento. Trabalhámos muito, mas vamos para a I Liga”, disse Jota, autor de dois dos cinco golos da vitória diante do Leixões, em Matosinhos, que garantiu a subida do Casa Pia à I Liga.

Uma fonte do clube adiantou que está organizada uma receção à equipa na chegada ao estádio Pina Manique, durante a tarde.

O Casa Pia garantiu hoje a subida à I Liga 83 anos depois, ao golear por 5-1 o Leixões, com golos de Zach Muscat (10 minutos), João Vieira (12), Jota (16 e 39) e Derick Poloni (90+3), terminando a II Liga no segundo posto, com 68 pontos, menos dois do que o líder e campeão do segundo escalão, Rio Ave, que também 'carimbou' a promoção, ao bater o Desportivo de Chaves por 3-0.

Os flavienses, no terceiro posto, com 64 pontos, vão disputar o 'play-off' de subida diante do 16.º e antepenúltimo colocado da I Liga, o Moreirense.