O presidente do CD Trofense, actual terceiro classificado da Liga de Honra de futebol, considera a manutenção numa «liga intermédia» inviável para um clube que «aspira mais e mantém a esperança de regressar à Liga principal».

Rui Silva não quis adiantar os valores dos prémios atribuídos aos jogadores, caso, no domingo, na última jornada da Liga de Honra, o Trofense, que vai ao Açores defrontar o Santa Clara, consiga a subida.

A equipa da Trofa terá de esperar pelo resultado de Barcelos, num jogo em que o Gil Vicente terá sempre de fazer um resultado pior para que os trofenses possam festejar, embora tal não vá ser fácil, até porque os gilistas recebem o já despromovido Fátima.

Em relação à importância da Liga principal, Rui Silva garante ser «inviável» manter um clube «da envergadura e com as ambições do Trofense» numa Liga “intermédia”, como considera a Liga de Honra.

«Subir é importante para qualquer clube. Mas para as nossas aspirações ainda mais. As receitas da Liga de Honra são escassas. O futuro do clube passa por estar na Liga ou descer, porque o campeonato profissional é muito competitivo e exige receitas», disse à Agência Lusa Rui Silva.

O dirigente rejeitou a ideia de que no domingo seja necessário esperar por um «milagre» e frisou: «É preciso ganhar ao Santa Clara e esperar que o Gil empate. Não é nada de outro mundo. É apenas muito difícil».

Rui Silva, a exemplo do treinador Porfírio Amorim, referiu que «a haver justiça no futebol, o Trofense não necessitava de passar por esta angústia na última jornada» e justificou.

«Em lances fulcrais falhamos, mas também fomos prejudicados. Gostava de voltar à Liga, porque é o lugar que o clube merece e porque é uma Liga com outro entusiasmo. Reajustes? Claro que teremos de fazer, mas serão pequenos, a estrutura está montada e pronta. Temos óptimos profissionais», afirmou.

Sobre obras no estádio e renovação do plantel, Rui Silva considerou ser «cedo para falar», a par de uma eventual saída da direcção, como ameaçou fazer a meio do campeonato, dizendo-se «cansado».

Caso suba, o Trofense não será um estreante entre os grandes da Liga. Porfírio Amorim lembra a forma como a Trofa «mexeu» e «se mobilizou» na época 2008/2009 para confirmar as palavras do presidente. «Acredito que é possível. Sou um homem de fé», disse o técnico.

«Não há milagres ou se faz ou não se faz. Vamos preocupar-nos apenas com o nosso jogo. Depois analisaremos os outros campos. A equipa está motivada. Quem viu aqueles homens treinar esta semana não acredita que estão a três treinos do fim da época. Esta equipa tem sido exemplar, mas praticar o melhor futebol nem sempre é suficiente», concluiu o treinador trofense.