O vereador do PSD Pedro da Vinha Costa defendeu hoje que a câmara de Matosinhos não pode alhear-se do que se passa no Leixões, reagindo assim à carta enviada pela direção do clube ao presidente da autarquia.

Em comunicado, o vereador social-democrata garante que voltará a colocar as questões que formulou na última reunião pública da câmara, caso haja necessidade disso, uma vez que, defende, a autarquia "não se pode alhear do que se passa na Leixões SAD, de que é acionista, nem muito menos do que se passa no Leixões".

"Não permito, porém, que estas questões que coloquei sejam utilizadas para atirar poeira para os olhos da comunidade matosinhense", pode ler-se no documento.

Em causa está uma carta da autoria da direção do Leixões que foi, nesta quinta-feira, enviada ao presidente da autarquia, Guilherme Pinto.

Na mesma, aludindo às declarações feitas na reunião pública de terça-feira, o clube aponta o dedo a "um senhor vereador do PSD e outro do PS", lamentando que "quem nada fez" pela instituição "possa lançar para o ar suspeitas" sobre quem está à frente do clube.

"Isto não faz sentido nem tem qualquer razão de ser", afirma, no comunicado, Pedro da Vinha Costa, esclarecendo depois o conteúdo das afirmações em causa.

Frisando que na referida reunião afirmou que considera o Leixões "a mais importante e emblemática instituição desportiva de Matosinhos", o vereador do PSD na Câmara de Matosinhos diz ter pedido esclarecimentos sobre várias matérias relacionadas com o clube, entre as quais a participação da autarquia no capital social da SAD leixonense.

Pedro da Vinha Costa diz ainda que inquiriu o vice-presidente Eduardo Pinheiro - que, na ausência de Guilherme Pinto, presidiu à reunião - sobre o cumprimento, por parte do clube, das obrigações decorrentes do Processo Especial de Revitalização (PER) que o emblema de Matosinhos está a cumprir, sobre a existência de salários em atraso entre os atletas profissionais e sobre as mudanças na estrutura acionista da SAD do clube.

A 12 de dezembro, o Leixões anunciou que o presidente Carlos Oliveira tinha chegado a acordo para a cedência da posição maioritária (56%) que detém na SAD à empresa brasileira J Winners, presidida por Jaime Conceição, mas, três meses e meio depois, a concretização da operação ainda não foi anunciada.

"Perguntei se a câmara, desde logo como acionista, sabe alguma coisa sobre esta misteriosa transação titulada por um contrato promessa a que tive acesso e que considerei, e considero, muito estranho", pode ler-se no mesmo comunicado.

Na carta enviada pela direção do Leixões ao presidente da câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, o clube solicitou também a realização de uma auditoria externa às contas do clube, financiada pela autarquia.