Os outros dois candidatos, a Coreia do Sul e o Japão, têm contra si o facto de terem acolhido a prova em 2002, apesar de os norte-americanos também já terem organizado o Mundial, mas oito anos antes, em 1994.

O recente relatório da Federação Internacional de Futebol (FIFA) qualifica de “alto risco” o projecto do Qatar, em função do elevado investimento necessário para construir estádios e outras infra-estruturas indispensáveis ao evento, como aeroportos.

A aridez do país, o intenso calor e os seus efeitos nos participantes da competição e nos adeptos foram outros factores que levaram os inspectores da FIFA a dar parecer negativo à candidatura do Qatar.

Pelo contrário, os Estados Unidos têm estádios e aeroportos de sobra e agora também o apoio formal da administração de Barack Obama, que se comprometeu a promover “todos os esforços para estar à altura” de acolher a prova.

A Austrália também dispõe de todas as infra-estruturas necessárias para receber o Mundial e um passado de sucesso na organização de grandes eventos desportivos, como os Jogos Olímpicos de Verão de 1956, em Melbourne, e 2000, em Sydney.

Apesar de a Austrália ser uma potência em muitas modalidades, o seu futebol está longe atingir idêntico nível e os maiores estádios do país são utilizados por outros desportos, cujo calendário pode colidir com o Campeonato do Mundo.

Ao Japão e à Coreia do Sul, que organizaram conjuntamente a competição em 2002, mas agora concorrem em separado, também não faltam estádios e infra-estruturas de elevada qualidade e dinheiro para as tornarem ainda melhores.

O Mundial de 2002 está na base das forças e fraquezas dos dois candidatos asiáticos: a seu favor está o facto de a prova ter decorrido de forma exemplar, mas a proximidade temporal pode constituir um obstáculo intransponível.