A 16 de março de 1927, há quase 88 anos, Portugal vencia a seleção francesa por 4-0 no Estádio do Lumiar e desforrava-se assim da derrota por 4-2 em Stade Ponts Jumeaux, infligida um ano antes, no final da I República portuguesa.
Do século passado para o presente, o registo português em confrontos com a 'República de França' tem sido tendêncialmente negativo. Com três derrotas marcantes em três meias finais de provas internacionais, o jogo a 'feijões' acabou por não germinar grande coisa no solo de Alvalade, ficando para a retina as três grandes intervenções do prodígio leonino Rui Patrício.
Com casa cheia esperava-se golo, e ele apareceu, mas aos 85 minutos, e para a França.
Com uma boa caixa de ressonância de 39.853 mil espectadores, Portugal entrou ao ataque em Alvalade. Fernando Santos apostou numa equipa que na generalidade se esperava, com Vieirinha colado à linha direita, e um meio-campo com a solução Danilo Pereira, João Mário e Adrien. Na frente de ataque; Nani, Cristiano Ronaldo e Éder.
Do lado da França, Didier Deschamps optou pela 'transmutação' do losango Cabaye (Crystal Palace) - Pogba (Juventus), Matuid (PSG) e Sissoko (Newcastle) e com linhas muito recuadas, antevendo, talvez, a entrada forte do adversário que tinha uma 'certa' obrigação de 40 anos para levar de vencida a França, uma verdadeira 'besta-negra' do futebol português.
Apesar da entrada forte portuguesa, a robustez defensiva da França não deu margem a grandes rasgos de criatividade efectiva, ou mesmo lances ofensivos junto à baliza de Hugo Lloris. A 'intensidade' gaulesa acabou por arrumar o sobrolho de Ricardo Carvalho, obrigando Fernando Santos a fazer alterações com a entrada de José Fonte aos 27 minutos.
Ao intervalo, o empate em Alvalade, já exprimia um equilíbrio com 52% de posse de bola a favor da França contra 42% de Portugal.
No segundo tempo, os franceses conseguiram manter o equilíbrio. Aos 67 minutos, Cristiano Ronaldo dá lugar a Quaresma para uma das ovações da noite, já depois dos aplausos aos regressos de Cédric e Miguel Veloso, mais dois dos jogadores que passaram pela Academia do Sporting e que jogaram neste jogo de preparação frente a uma França de Didier Deschamps que soube sempre manter as distâncias, jogando muito para trás e esperando muito na criatividade do seu meio-campo.
Aos 71 minutos, um livre direto de Benzema tirou tinta à luva de Rui Patrício, obrigando o guarda-redes do Sporting a boa intervenção, e talvez profetizando um golo de Valbuena, que aos 85 minutos arrumou com a possibilidade de Portugal 'matar um borrego' de 40 anos, e de alcançar o sexto triunfo no 24º confronto entre as duas seleções.
Agora venha a Albânia com uma sorte de 'Tirana' em Elbasan para que Portugal ganhe distância na corrida ao Europeu 2016.
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